O domingo (29) foi de muita celebração em Vitória e Vila Velha, onde cerca de 15 mil corredores, entre profissionais e amadores, participaram da 33ª edição da Dez Milhas Garoto.
Mesmo com uma manhã nublada e temperatura amena, em torno de 23 graus, o entusiasmo dos atletas tomou conta das ruas e avenidas das duas cidades. A prova, com percurso de 16 km, é considerada uma das mais belas do Brasil, indo da Praia de Camburi, em Vitória, até a fábrica da Chocolates Garoto, em Vila Velha.
Entre os atletas de elite, os quenianos dominaram mais uma vez. No Masculino, Nicolas Kiptoo Kosgei cruzou a linha de chegada com o tempo de 46min32, marcando o segundo melhor tempo da história do evento – o recorde de 45min49s pertence ao brasileiro Luís Antônio dos Santos, estabelecido em 1991. No Feminino, a vitória ficou com Viola Jelagat Kosgei, que terminou em 56min08, consolidando a hegemonia estrangeira na prova feminina.
Os brasileiros também tiveram motivos para comemorar. Wendell Jerônimo Souza garantiu o segundo lugar no Masculino, seguido por Fabio Jesus Correia, em quarto, e Altobeli Santos da Silva, campeão de 2023, que terminou em quinto. No Feminino, Kleidiane Barbosa Jardim assegurou o terceiro lugar, subindo ao pódio entre as quenianas.
A edição de 2024 da Dez Milhas Garoto registrou um crescimento expressivo de 15,5% no número de participantes em relação a 2023, totalizando 15 mil corredores. A premiação deste ano foi de R$ 220 mil, com um bônus de R$ 10 mil para o melhor brasileiro e a melhor brasileira. A prova, tradicional no calendário esportivo, atrai tanto atletas de elite quanto amadores de todo o Brasil.
Nicolas Kiptoo Kosgei, que também venceu a Maratona de São Paulo e a Meia Maratona do Rio em 2024, brincou sobre o desafio do percurso. “Gostei da prova, foi muito dura, não esperava tanta subida. Estou em um ano bom, venho de duas vitórias”, afirmou o queniano, de 30 anos, que comemorou intensamente o título.
Viola Jelagat Kosgei, por sua vez, destacou a alegria de competir no Brasil. “Estou feliz, gostei muito da prova, só tenho a agradecer a todos. Adoro correr no Brasil e o público brasileiro, tanto que estou aprendendo português”, revelou a atleta queniana de 25 anos, que venceu em um emocionante sprint contra sua compatriota Naum Jepchirchir.
Entre os brasileiros, Wendell Jerônimo Souza, vice-campeão, comentou sobre o nível de dificuldade da prova. “A parte mais complicada foi a subida da ponte. Nos momentos finais, Nicolas estava mais rápido. Vim para defender o título do Brasil, mas sou grato pelo resultado”, disse Wendell, que sonha com os Jogos Olímpicos de 2028.
Já Kleidiane Barbosa Jardim, terceira colocada no Feminino, celebrou a conquista após ter abandonado a prova no ano anterior. “Sabia da força das quenianas, ser brasileira e disputar de igual para igual é um privilégio”, comentou a mineira de 36 anos, que agora foca na preparação para a São Silvestre.
A Dez Milhas Garoto é uma das provas mais tradicionais do Brasil, criada em 1989 para celebrar os 60 anos da Chocolates Garoto. Além do caráter competitivo, o evento proporciona um passeio turístico, com destaque para a passagem pela Terceira Ponte, um dos cartões-postais do Espírito Santo.
Last modified: outubro 2, 2024
