Não existiram surpresas no resultado da rali Mineiro. Experiência e habilidade foram ingredientes fundamentais e decisivos na vitória do gaúcho Ulysses Bertholdo e do paulista Nilo de Paula. Eles venceram dominaram o segundo dia do Rali de Minas com um Mitsubishi Lancer Evolution, conseguindo permanecer invictos após seis etapas do Campeonato Brasileiro.
A prova de ontem foi mais uma vez marcada pelos problemas mecânicos, conseqüência de um percurso muito técnico, além dos acidentes. O mais grave deles provocou fraturas no pé, no braço esquerdo e em quatro costelas do navegador catarinense Wilfredo Gomes, que está internado no Hospital Mater Dei, sem risco de vida.
Rolando no asfalto – Gomes vinha tentando equilibrar o carro que divide com Luís Tedesco, pendurado do lado de fora, após a quebra do eixo traseiro na primeira Prova de Classificação (PC). Atrapalhado pela presença do colega, Tedesco não conseguiu desviar de um caminhão e provocou a queda do navegador no asfalto. Gomes foi atendido imediatamente, sendo levado inicialmente para o Hospital Semper, de onde foi transferido.
Pesar desses imprevistos, a dupla vencedora conseguiu não cometer erros, poupando o equipamento para confirmar a vitória à frente dos paranaenses Paulo Lemos e Sérgio Lima. Outra dupla do Paraná, Marcos Marcola e Sérgio Tarcísio, completou o pódio.
Das cinco PCs inicialmente previstas, uma foi anulada e a outra cancelada depois que a população de São Joaquim de Bicas colocou pedras e troncos de árvores no meio do percurso.
Mineiro – Pelo campeonato mineiro, a vitória ficou com o Mitsubishi Colt de Hector Tomelin e Nahur Fonseca, à frente do estreante Philippe Thiriet, que voltou a conseguir um bom desempenho com seu GM Corsa. O terceiro lugar foi dos primos Leonardo e Rodrigo Penna.
O vencedor da véspera, Eduardo Cunha, abandonou o campeonato ainda na manhã de ontem pela manhã. Apesar de enfrentar dificuldades com o equipamento, duplas como Cleso Guimarães/Edmilson Rodrigues e Rodrigo da Matta/Rodrigo Tortoriello conseguiram chegar ao final com um bom desempenho.
Iniciantes – Se o rali de Minas mostrou grandes desafios para pilotos experientes, para os iniciantes acabou se transformando numa imensa aventura. A dupla do Chevette 77, Douglas Maximiliano e Ricardo Righi, por exemplo, enfrentou todo o tipo de dificuldades com o carro. O veículo foi preparado por colegas do curso de Engenharia Mecânica da UFMG.
No sábado, um erro no levantamento de percurso provocou uma batida, danificando a parte dianteira. Para a alegria da turma que acompanhava tudo na área de apoio e trabalhou duro para reparar os problemas, eles
insistiram e conseguiram largar ontem, mesmo sem marcar pontos para o Brasileiro.
O saldo foi um cabo do acelerador quebrado e um pneu rasgado. Pouco, no entanto, para tirar o ânimo da equipe, que foi inclusive convidada para disputar o Rali da Graciosa, em Curitiba (PR), válido pelo
Sul-Americano. “Não sei como vamos fazer para consertar o carro, mas estaremos de volta na próxima” , garante o piloto Douglas.
Já Edmilson Rodrigues, que por três anos chefiou a equipe de Cleso Guimarães, ex-campeão brasileiro, decidiu sentir a emoção de dentro e fez sua primeira prova como navegador. Ele reconhece ter apanhado
no início, mas foi aprovado pelo companheiro: Demora para chegar a uma sintonia perfeita mas conseguimos nos entrosar bem e nossos tempos
baixaram bastante no final. A história já acabou em casamento , brinca Cleso.
A mais insólita, certamente, é a aventura da dupla Anderson Guimarães e Francisco Penteado, que só se inscreveu sexta-feira à noite com seu jipe Troller e sequer chegou a treinar no percurso da prova. Com a
ajuda do navegador Marcus Tucano, que acabou não participando, eles conseguiram desvendar os segredos do roteiro e foram uma das atrações do Rali, surpreendendo pela velocidade. O desafio agora é encarar as duas semanas do Rali dos Sertões, entre São Paulo e Fortaleza.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: fevereiro 21, 2017