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Alex Sangue, do 20 e poucos anos da MTV: paixão e adrenalina

Redação Webventure/ Outros

Driblando as dificuldades  Sangue fez do amor ao pára-quedismo profissão (foto: Divulgação)
Driblando as dificuldades Sangue fez do amor ao pára-quedismo profissão (foto: Divulgação)

Adrenalina no ar. Alex “Sangue” Adelmann, o pára-quedista da série 20 e poucos anos da MTV conta para a Webventure sobre sua carreira e a experiência de mostrar “o drama da vida humana” na tela da TV.

“A primeira vez que saltei, fiquei maravilhado, encantado com tudo. Eu descobri que era aquilo que eu queria da minha vida”. Alex “Sangue”, ou “Sanguinho”, como é mais conhecido, sentiu pela primeira vez aos quinze anos a emoção de um salto de pára-quedas. A partir daí, não conseguiu mais deixar a adrenalina de lado.

“Meu irmão saltava e um dia duvidou que eu teria coragem. Eu duvidei que ele pagaria. Ele pagou, eu saltei, e deu no que deu”, brinca. Aos 22 anos, e um jeito de menino, o pára-quedista demonstra paixão em cada palavra quando o assunto é o seu esporte.

Conseguir se transformar num dos pára-quedistas e câmera-flyer mais reconhecidos do país, porém, exigiu de Alex uma boa dose de persistência. “No começo era complicado, eu trabalhava, ia juntando meu dinheirinho, saltava quando conseguia.” Nessa época, ele não podia imaginar que se tornaria campeão brasileiro de sky surf e chegaria, inclusive, a disputar um Mundial na categoria.

Crise aos 20 e poucos saltos – Logo no início de sua carreira, Alex teve de enfrentar uma crise que quase o tirou do pára-quedismo. “Eu tinha feito uns vinte e poucos saltos quando, com a ajuda do meu pai, consegui dinheiro para comprar um pára-quedas”, conta.

O pai de Alex faleceu antes do equipamento chegar. “Eu pensei em largar essa história, devolver o pára-quedas, desencanar”, explica. Neste momento difícil, a decisão de continuar no esporte se transformou num desafio.

A opção valeu a pena. Ano passado, junto com Tiago Minniti, Sangue venceu as duas etapas do Campeonato Brasileiro e conquistou o direito de disputar o mundial na Austrália. “Foi uma experiência fantástica. Só havia cinco brasileiros lá representando o país. Senti uma responsabilidade e uma alegria muito grandes”, explica. Sangue e Minniti ficaram com a 15ª colocação.

Hoje, Alex faz parte do Funk Freak Style, uma equipe de free-fly.”Estamos procurando apoio, acho que temos potencial para nos transformarmos num grande time”, explica.

No ar, mas na tela da TV – Como surgiu a proposta para fazer parte do 20 e poucos anos da MTV? Nem Sangue sabe explicar muito bem. “Eu não tenho certeza. Acho que fui indicado por ser um pára-quedista atuante e ter menos de 25 anos”, explica.

A produção da MTV ligou para o atleta e, depois de algumas filmagens e entrevistas, Sangue recebeu a notícia de que tinha sido aprovado para participar da série. “Eu fiquei meio na dúvida porque, como trabalho fazendo filmagem de pára-quedismo, perderia metade dos meus dias de trabalho indo gravar todo domingo. No final, porém, acabei me convencendo”.

As gravações aconteceram em maio e junho. Hoje, ao se ver na TV, Sangue diz se sentir meio constrangido. Afinal, quem está ali não é um personagem, mas o próprio Sangue, com sua história, seus medos e idéias. “Acho esquisito, não é uma coisa natural”, conta.

Além desta sensação, o atleta tem de enfrentar outro problema depois da experiência televisiva: a gozação dos amigos. “Não tem muita gente que me reconhece, mas meus amigos não perdem a oportunidade de fazer uma gozação”, conta, descontraído.

Limite sem aventura – Para Alex, programas como o 20 e poucos anos são interessantes para conhecer as pessoas. Porém, em casos como “No Limite”, existem distorções.

“Eles não estavam numa condição normal diante da câmera. Ao mesmo tempo, não viviam uma aventura. Eles não corriam grandes riscos, não enfrentavam desafios enormes. O problema era muito mais de convivência. Não tinha nada de aventura aquilo”, explica.

Ao explicar seu conceito do que é aventura, Alex Sangue mostra o que o levou a escolher a adrenalina profissão. “Aventura para mim é a um jeito do ser humano, que parece uma borrachinha de tão frágil, enfrentar os próprios desafios diante da grandeza da natureza”.

Este texto foi escrito por: Débora de Cássia

Last modified: fevereiro 21, 2017

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