Muitos já ouviram falar no Bike Fit, análise do ciclista sobre a bike capaz de orientar ajustes para aumentar o rendimento em provas e evitar lesões. Mas e o corredor? Será que é possível fazer ajustes na corrida com esse mesmo objetivo? A resposta é sim!
A análise de corredores já vem sendo realizada em laboratórios e pistas de atletismo há muitos anos, isto não é novidade, mas quando tentavam colocar no mercado, normalmente se tornava inviável financeiramente. Câmeras e softwares caros e complexos tornavam este tipo de serviço um produto de difícil acesso para a maior parte dos corredores.
O objetivo da avaliação é analisar os ângulos que o atleta apresenta durante a corrida em todas suas articulações, inclusive como está posicionado o corpo em relação ao centro de gravidade, fato muito importante para gerar desempenho e diminuir sobrecarga articular.
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A partir da análise dos ângulos de tornozelo, joelho, quadril, cotovelo, tronco e centro de gravidade é possível determinar quais são os pontos de dissipação de força, ângulos anormais que geramos quando descarregamos o peso de forma incorreta na articulação, ou ainda movimentos exagerados que podem gerar desperdício de energia e comprometer o desempenho.
Observe que tudo gira em torno do fato de que uma boa biomecânica gera economia de energia, que gera melhora de rendimento e evita lesões. É um ciclo virtuoso, contrário ao ciclo vicioso que existe em processos lesivos.
A pergunta que geralmente vem a seguir é: como vou melhorar o movimento que faço a tantos anos desta forma? Acredite, o seu corpo é capaz de aprender enquanto você estiver vivo, não há idade. Da mesma forma que você é capaz de aprender a falar uma língua nova, ele consegue gerar novos circuitos neurais que a longo prazo irão mudar sua forma de correr e até mesmo deixar sua postura mais alinhada, pois não tenha dúvida, o movimento com qualidade gera uma articulação mais saudável.
Os corredores profissionais treinam técnica por toda a carreira, sempre tentando melhorar sua forma a partir da perfeição do movimento.
Encerro aqui com uma frase de uma autora belga que escreve muito bem sobre postura e como o movimento pode melhorá-la, se bem executado, ou levá-la a degeneração se mal executado.
“Inicialmente é da função que decorre a forma. Na patologia, com frequência, é a forma que põe entraves à função.” Frase de Godelieve Denys Struyf (Método GDS).
Last modified: fevereiro 15, 2017