23.01.2000 – Um dia de relax e lazer. Foi assim que a equipe Hollywood Troller passou hoje, depois de festejar na noite de ontem a chegada ao Cairo, destino final da 22a. edição do Paris Dakar, com os quatro carros da equipe. Hoje a equipe acordou mais tarde e foi conhecer as belezas do Cairo: pirâmides, museus, passeio de barco pelo rio Nilo e algumas comprinhas. Só diversão. Em seguida, iriam levar os carros para o Porto de Alexandria cerca de 200 km do Cairo -, de onde seriam embarcados para o Brasil.
Estamos a beira do Nilo, a cidade é muito interessante, com visuais lindos, contou o piloto Arnoldo Jr. pelo celular Iridium. Na noite de ontem, a equipe preferiu comemorar com um jantar íntimo, com a presença de todo o time, mais o dono da Troller, Mario Araripe e a diretoria da Varig Cargo ao invés de participar da festa da TSO organizadora da prova -, com direito a um concerto Jean Michel Jarre, frente às esfinges. Estávamos todos muito cansados, mas o jantar se estendeu até de madrugada, disse Arnoldo, que ao lado de seu navegador, Galdino Gabriel, foram os melhores colocados da equipe, com a 4a. colocação na categoria Novatos e 46o. na geral.
A seguir, entrevista com Arnoldo Jr:
Direto do Deserto
Palavra do Arnoldo
O Dakar: Uma prova longa, de muita estratégia, onde não pode-se arriscar nada. É preciso muita paciência e boa estrutura de apoio.
O Troller T5: O carro se comportou bem, mas pelo menos nessa edição do Dakar o que mandou foi velocidade alta final, os carros andam acima dos 140km/h.
O mais difícil Vencer o medo do deserto. Quando me deparei com aquele mar de areia tive que me vencer. Achava que o deserto era intransponível, não existiam caminhos. Hoje sei que é difícil, mas dá para passar.
O momento mais crítico Não tive momentos críticos, o mais difícil para mim foram algumas panes na bomba de combustível, mas isso deveu-se ao combustível da Líbia. Passamos umas 2 horas parados no deserto tentando consertar. Foi um momento de apreensão, pois não sabíamos se o apoio iria nos encontrar.
A maior satisfação Receber a bandeirada final e ser cumprimentado pelo Hubert Auriol. Foi um misto de emoção e alívio, aquela sensação boa de dever cumprido.
Valeu ? Valeu ! Foi muito bom participar do Dakar. Gostaria de fazer um agradecimento especial ao Rogério Farias, o pai do Troller, ao Mario Araripe, e ao meu pai, que me liberou 3 meses do trabalho para eu me dedicar à preparação do carro e aos mecânicos que fizeram um trabalho incansável.
Este texto foi escrito por: Meg Cotrim
Last modified: janeiro 24, 2000