Foto: Pixabay

Esportes de aventura mostram força em 2000

Redação Webventure/ Outros

Visitantes no estande Webventure da Adventure Sports Fair deste ano. (foto: Luciana de Oliveira)
Visitantes no estande Webventure da Adventure Sports Fair deste ano. (foto: Luciana de Oliveira)



Se 1999 fora um ano de crescimento no mercado e pelo interesse por esportes de aventura, 2000 foi ainda melhor. Um dos termômetros de comparação é Adventure Sports Fair, a principal feira de esportes de aventura da América Latina.

Na primeira edição, ano passado, mais de 60 mil pessoas passaram pelo Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera (SP). Em 2000, cerca de 70 mil pessoas foram conferir lançamentos, fazer compras, conhecer personalidades e um pouco mais sobre seu esporte preferido. Só no estande da Webventure mais de dois mil se cadastraram para receberem informações sobre esportes de aventura por email.

Circuito de aventura – Outro medidor relevante foi a criação do Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura (CBCA), que teve cobertura on line da Webventure em todas as provas. Enquanto no ano passado somente houve a realização da segunda edição da Expedição Mata Atlântica – EMA e de algumas participações brasileiras em provas internacionais, este ano houve um boom de corridas no país. Algumas curtas, de finais de semana, outras desgastantes, com a duração de pelo menos uma semana.

Apesar disso, o universo de corridas de aventura perdeu um dos seus principais incentivadores. Mário Lopes e Sílvia Freire, criadores do Circuito EcoAventura, morreram na segunda quinzena de abril, em um acidente de automóvel. A aventura sempre esteve presente na vida de Lopes, que há 16 anos fundou a empresa RumoS, com atuação em turismo aventura, educação ambiental e eventos esportivos.

Além de organizar eventos, Lopes participou do apoio a equipes da Expedição Mata Atlântica, em 98 e 99, ano em que realizou as primeiras etapas de sua própria corrida de aventura, chamada de EcoAventura. A competição virou um circuito neste ano, tendo sido realizadas duas etapas em associação com a Half Dome, mas não teve seqüência.

Em março, a mini-prova Petar 2000 deu início ao circuito, com a vitória da equipe local Bairro da Serra. Já em abril, o Brasil recepcionou a Elf-Authentique Aventure, maior prova internacional do planeta, com 850 km de percurso, cruzando os estado do Ceará, Piauí e Maranhão. A equipe neozelandesa e americana, Pharmanex/ Spie, foi a vencedora. A melhor equipe brasileira foi a Reebok Endurance (de Makoto, Said, Fabrizio Giovannini e Carmen), vencedora da categoria Adventure, na quinta colocação na geral. Aconteceu também, este ano, a 10ª edição do Raid Galouises, a prova-mãe das corridas de aventura, realizado entre o Tibet e o Nepal, em maio. Em agosto, foi a vez da corrida Southern Traverse, com a aventura na Nova Zelândia e, em novembro, em Bornéo (ilha da Malásia), o Eco-Challenge 2000.

A prova seguinte do circuito brasileiro foi a Litoral 2000, e a equipe Atenah Pão de Açucar, formada só por mulheres, foi a campeã. No Elf, as meninas (Shuby, Nora, Patrícia Bertolucci e Ariane) já tinham provado a capacidade feminina quando completaram inteiras a corrida.

A partir daí, a equipe Timberland/ Lontra Radical/ Caloi, do capitão Vítor Lopes, Sabrina Majella, Luiz Antonio Barbosa e Fernando Zara , dominou o circuito com uma seqüência de vitórias. A primeira foi no Raid Brotas Extreme, em julho. Depois, eles levaram a prova Juquiá 2000, em agosto. Na mesma época, aconteceu o Desafio Costa do Sol, na Paraíba. E a equipe Terra de Santa Cruz, de Hilton Júnior, Walman Rosa, Emmnuel Leal e Rosângela Hoettpner, conseguiram a vitória.

Todas as provas do circuito foram seletivas para a mais importante do Brasil, a Expedição Mata Atlântica, que aconteceu em outubro. A terceira edição cobriu a região entre Paraty (RJ) e Ubatuba (SP) com 400 km de desafios. A equipe americana Epinephrine (Paul Romero, Liro Kakko e Alyson Denk) completou a prova em 115 horas, pouco mais de cinco dias, e foi a campeã. Lontra Radical foi a Segunda, confirmando ser, atualmente, a melhor equipe brasileira neste tipo de competição.

Fora o CBCA, outro circuito ganhou forma este ano, o Reebok Ecomotion Circuit, que teve sua primeira etapa em agosto, na região da Serra da Bocaina. A equipe Papaléguas composta por Adhemar Filho, Pedro Guimarães e Cláudia Vidigal – foi declarada a vencedora por ter sido a única a cumprir todo o percurso de 120km na categoria principal, a Expedição.

Para encerrar o ano com chave de ouro, o Rio de Janeiro foi coroado, pela primeira vez, com a realização da primeira corrida de aventura do estado. A Rio Eco 2000, realizada em novembro, foi a última grande prova só que com um formato diferente, em que há parada a noite e a possibilidade de troca de integrantes da equipe nos pontos de apoio. Foram cinco dias de aventura e a francesa ERTIPS venceu as cinco etapas.

No ar – o Pára-quedismo brasileiro também voou alto, ou melhor, saltou de mais alto, este ano. Em março, a equipe militar Cometas conquistou para o título do Latino-Americano de Pára-quedismo, realizado na ilha de Itaparica, em Salvador (BA). No Brasileiro, a Azul do Céu, de Piracicaba, conquistou o título. A equipe ainda venceu no Circuito Brasileiro Ford Ranger na categoria FQL 4 (formação em queda livre com quatro integrantes).

Em julho, um grupo de 88 pára-quedistas bateu, nos céus de Pirassununga, o recorde Latino-americano de maior formação. O objetivo, no entanto, era o recorde mundial com atletas de um mesmo país, que ainda pertence à Noruega, com 108 integrantes, mas não conseguiram bater.

A final do brasileiro de vôo livre aconteceu em agosto, nos ares de Brasília. Mais de 30 pilotos (de um total de 45 inscritos) conseguiram também completar a prova, percorrendo os 83 km com tempos variando entre hora e meia a duas horas. Betinho Schimitz chegou em primeiro, seguido por André Wolf, Nenê Rotor, Luizinho Niemeyer e Lincoln Moreira.

Na água – Em ano de Olimpíadas, a canoagem brasileira não teve um bom desempenho e não passou da fase classificatória para as finais em Sydney. O único representante, Cássio Petry, ficou com a 14a. colocação na prova classificatória do C-1 masculino e apenas os 12 primeiros colocados na competição permaneceram na luta por medalhas. Cássio ficou 13 segundos atrás do 13º colocado.

No balanço final, o universo dos esportes de aventura possui um potencial ainda não explorado totalmente. E, certamente, não atingimos o topo da escalada, mas estamos trilhando na direção correta. O aumento no número de visitantes na Adventure Sports Fair e de corridas de aventura no Brasil abrem a perspectiva de que teremos, no ano que vem, muito mais praticantes de esportes de aventura.

Este texto foi escrito por: André Pascowitch

Last modified: dezembro 29, 2000

[fbcomments]
Redação Webventure
Redação Webventure