Nós, praticantes de esporte de aventura, costumamos nos preocupar com a preservação do ambiente que freqüentamos para a prática do nosso esporte. Em geral, estamos conscientes do impacto e destruição que podemos causar, sendo pouco comum ver um de nós sujando as trilhas com lixo, acampando ou defecando próximo a rios e lagos ou provocando incêndios. Entretanto, costumamos causar outros tipos de degradações mais sutis, provocadas em geral por falta de informação ou opção.
A introdução de espécies exóticas encontra-se entre eles. Tudo bem que ninguém faz trekking na mata com seu trigrinho ou com sua salamandra de estimação e os perdem por ai (até onde sabemos). Entretanto, costumamos carregar conosco espécimens de plantas exóticas quando vamos praticar o nosso esporte, no nosso lanche: são as frutas. Não que devemos deixar de come-las (afinal representam uma das melhores opções alimentícias que podemos dispor ao longo das nossas atividades) mas devemos evitar que pomares cresçam por onde passarmos.
Muitas das frutas que usamos têm uma grande facilidade de germinar em condições naturais. Para evitar que isto aconteça basta prestarmos atenção ao destino dado às suas sementes. Para isto devemos evitar cuspir as sementes de algumas frutas ou deixar de jogar por ai aquele bagaço “biodegradável” após acabarmos. Uma outra forma de introduzir sementes de frutas exóticas é através das nossas fezes. Muitas sementes que engolimos passam direto pelo nosso trato intestinal, saindo processadas e prontas para germinar.
A princípio, esta parece ser um cuidado exagerado; coisa de eco-chato. Mas além das implicações conservacionistas da invasão por estas plantas, a maioria de nós gostaria de ir para uma mata e encontra-la o mais próximo do natural que for possível. Quem anda de bike em trilhas não quer ficar passando por corredores de goiabeiras. E quem quer dar segurança para alguém escalando em uma via cheia de laranjeiras espinhentas na base?
O que fazer?:
Este texto foi escrito por: Cláudio Patto
Last modified: outubro 15, 1999