No último dia 21 de abril três aventureiros partiram de Curitiba com a missão de cortar o Brasil de norte a sul, num ônibus. Chamada “Coração do Brasil – 500 anos”, em homenagem ao Descobrimento, a expedição acaba de completar a primeira etapa. Foram três meses e 3 mil km rodados no sul do país. Como resultado, 20 mil fotos que serão posteriormente parte de um livro.
Até o final do ano, o piloto Iguaçu Paraná, o fotógrafo Orlando Azevedo e o jornalista Fabiano Camargo vão percorrer 30 mil km dentro do território nacional, passando por todos os estados. O ônibus Brucutu, que leva o grupo, é traduzido como um misto de jipe, motorhome e escritório, equipado com tração 4×4.
No sul, foram visitadas mais de 180 localidades do interior e litoral dos três estados. O percurso privilegiou terrenos fora-de-estrada, dentro do objetivo de documentar o país procurando
principalmente caminhos pouco trilhados. No Paraná, passou por localidades como Vila Velha, Igreja das
Pedras, Canyon do Guartelá, Prudentópolis, Parque Nacional do Iguaçu e Foz do Iguaçu. Em Santa Catarina, a expedição documentou o Morro da Igreja e Morro da Cruz (em Urubici), Serra do Corvo Branco, Serra do Rio do Rastro, Governador Celso Ramos, Laguna, Farol de Santa Marta e Florianópolis.
“Facões” e muito frio – No Rio Grande do Sul, os Canyons de Fortaleza e Itaimbezinho, Lagoa do Peixe, Terceira Légua (Caxias do Sul), Lagoa dos Patos, Banhado do Taim, Estrada do Inferno, região dos pampas e Chuí (extremo sul do Brasil). O trecho mais difícil de toda a viagem pelo sul brasileiro foi o da Estrada do Inferno, percurso de 150 quilômetros entre São José do Norte (próximo a Rio Grande) e Mostardas. A rodovia, não asfaltada em sua maior parte, é recheada com areiões, atoleiros e os chamados “facões” (trilhos altos abertos no terreno fofo). Fica entre a Lagoa dos Patos e o Oceno Atlântico, cruzando regiões inóspitas.
A expedição passou por regiões que possibilitaram um grande constraste de paisagens e temperaturas.
No Morro da Igreja, a 1.828 metros de altura, em Urubici, na região serrana de Santa Catarina,
enfrentou temperatura de -7 graus. As condições climáticas enfrentadas também contaram com ventos
de mais de 80 km/h, registrados na passagem da Expedição pelo Canyon de Fortaleza (em Cambará
do Sul, RS). As condições destas áreas montanhosas, por outro lado, contrastam com o
relevo plano dos pampas gaúchos.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: julho 27, 1999