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Juca Bala acredita em um bom resultado neste Paris-Dakar

Redação Webventure/ Offroad

Juca em ação durante o último treinamentos. (foto: Ricardo Ribeiro)
Juca em ação durante o último treinamentos. (foto: Ricardo Ribeiro)

Para a sua terceira participação no Rally Paris-Dakar, o piloto de moto da equipe BR Lubrax, Joaquim Gouveia, conhecido como “Juca Bala”, espera um melhor desempenho e, se os concorrentes o deixarem acelerar, vencer na categoria para motos até 400 cc.

Nas duas edições anteriores, Juca teve problemas mecânicos e não completou o rali. Neste ano, ele estará competindo com uma moto preparada especialmente para a prova, a Honda Falcon Rally. Além disso, contará com a ajuda de mais um piloto, o estreante Luiz Mingione. Mas, segundo ele, o grande desafio é conseguir vencer a solidão. “É preciso ter um pouco de sangue frio senão não agüenta”.


Leia abaixo os principais trechos da entrevista exclusiva que Juca Bala concedeu à reportagem da Webventure.

Webventure – O que você, Juca, espera dessa vez? Enfim terminar a prova e atingir seu objetivo que é vencer a categoria?

Juca – Bom, a expectativa é grande porque já que este ano acredito ter treinado, ter me dedicado mais e ter realmente visto o Paris-Dakar como ele é, uma prova que não é só velocidade e que exige muito. Também procurar não cometer os mesmos erros da primeira e segunda participações. Acredito que estando com um equipamento bom, que são estas novas Honda, e correndo em uma categoria de até 400 cc, ideal para andar, vai ser uma participação muito boa.

Webventure – Falando um pouco deste convívio, Juca. Explica como é a vida fora da pilotagem da moto, o lado da aventura.

Juca – Os 20 dias lá, sem dúvida alguma, parecem três ou quatro meses. A saudade é muito grande, a solidão dentro das barracas a noite ou mesmo durante o dia, pilotando. Tem dias que você não vê ninguém. A solidão é muito grande. É preciso ter um pouco de sangue frio senão não agüenta.

Webventure – Como você dorme, se alimenta?

Juca – Normalmente, a organização nos fornece um café-da-manhã reforçado e o jantar. Durante o dia, nós levamos barras energéticas e algumas frutas cristalizadas. Mas não dá muito tempo. Cada reabastecimento dura 10 minutos e só dá tempo de ir ao banheiro, comer algo e beber água. São em média de 2 a 5 lt por dia.

Webventure – Você chega no final do dia cansado e precisa fazer a manutenção da moto. Dá tempo para descansar?

Juca – Vamos torcer para que não haja algum problema de manutenção, ou seja, só a manutenção preventiva. Aí, com isso, consigo descansar bem, em média durmo seis horas. Mas se o equipamento começar a quebrar com o uso ou por causa de um tombo, aí teremos que ficar até altas horas da madrugada fazendo a manutenção, fica difícil. Imagina se o dia seguinte é puxado, fica difícil agüentar.

Webventure – E a língua, conhecer outros lugares, culturas diferentes fora da realidade do Brasil. Estes fatores também não atrapalham?

Juca – Atrapalha, principalmente a língua. Não falo bem francês, misturo castelhano com português e mímica. Mas sempre peço socorro ao André (Azevedo) e o Klever (Kolberg). Tenho amigos portugueses que falam muito bem o francês. Sempre dei um jeitinho. O brasileiro tem essa facilidade.

Este texto foi escrito por: André Pascowitch

Last modified: dezembro 29, 2000

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