A busca de Waldemar Niclevicz pelo cume do K2, a segunda maior montanha do mundo, encerrada com sucesso no último sábado, começou em 98. O alpinista foi barrado por uma avalanche, no mau tempo que sempre ronda a montanha paquistanesa. No seguinte, em 99, mais uma vez as tempestades de neve tornaram o cume intocado, inclusive pelo brasileiro. Niclevicz lutava contra a frustração e a vontade de ser novamente o primeiro do Brasil a escalar uma montanha importante – há cinco anos, ele, ao lado de Mozart Catão, escalou o Everest, o topo do mundo.
Sempre cercado por superexpedições – a deste ano contou com 200 carregadores – e alpinistas estrangeiros com experiência em montanhas com mais de 8 mil metros de altura, Niclevicz deixou o Brasil no dia 31 de maio. Ao contrário do que fez nos outros anos, não quis escalar nenhuma outra montanha da cadeia do Karakorum, onde fica o K2. Em 98, ele chegou ao cume do Shishapangma e do Cho Oyo e, em 99, do Gasherbrum. O treinamento neste ano foi feito no Brasil, incluindo a escalada do Pico da Neblina, e na Venezuela, e a curiosa participação numa regata de Lisboa ao Rio.
Desânimo – A temporada 2000 começou bem no K2, que depois de três anos “concedeu” a chegada ao cume, no caso para uma expedição coreana. Mas o mau tempo na última semana, quando ocorreu uma avalanche, chegou a desanimar Niclevicz, que teve de voltar várias vezes ao acampamento-base quando pensava em tentar um ataque ao cume. No último, a montanha também foi generosa com o brasileiro e seus companheiros de expedição, os italianos Abele Blanc e Marco Camandona – em termos, já que o último teve os dedos congelados por causa do frio.
Clique aqui para conferir os relatos diários que Niclevicz enviou do Paquistão, e continuará escrevendo, com apoio da TAM.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: agosto 1, 2000