Tidjikja (Mauritânia) – A “musa do rali dos Sertões” está fora do Paris-Dakar. Nadia Gammoudi, da Tunísia, que conquistou uma legião de fãs quando esteve no Brasil, em julho, foi uma das vítimas da etapa entre Nouakchott e Tidjikja, na Mauritânia.
Competindo com uma Mitsubishi L200, ela ficou sem combustível no sábado e só chegou ao acampamento da competição por volta de meio-dia de domingo. O trecho teve 654 quilômetros no total, sendo 580 cronometrados.
“Eu me perdi na navegação e rodei mais que o previsto. Sem contar que o motor ferveu”, contou a moça, enquanto almoçava. Nadia estava esgotada e aparentava extremo cansaço. Ela e o navegador tiveram que dormir dentro do carro. “Fazia muito frio, mas não havia outra opção”, contou a piloto.
Mas a pior parte da história foi atravessar uma cadeia de dunas à noite. “No escuro tudo fica muito mais complicado”. Ela só conseguiu sair do meio do deserto porque um outro competidor, que vinha atrás, emprestou um pouco de óleo diesel. “O Paris Dakar é extremamente difícil, mas no ano que vem pretendo voltar”, disse Nadia.
É a primeira vez que a tunisiana participa da competição pilotando um carro, a Mitsubishi L 200 fabricada no Brasil. E Nadia já sabe qual será seu próximo objetivo: conseguir terminar a prova off-road mais difícil e perigosa do mundo.
Este texto foi escrito por: Ricardo Ribeiro
Last modified: janeiro 15, 2001
