Valéria fala da volta e avalia a canoagem feminina
Se Selbach reina sozinho no caiaque sênior, Valéria Nascimento não reclama mais por ser um nome solitário na canoagem slalom feminina. Ela agora tem muitas companheiras nos rios. E, na vida, ela e o também canoísta Eduardo Gastaldo ganharam a filha, Adele. Um ano após a gravidez, a paulista voltou a remar na terceira etapa do Paulista, válida também pelo Brasileiro, no último fim de semana, em Cequilho (SP). “Estou travada!”, reclamou após a primeira descida. Depois da segunda, animava os companheiros para participar também da prova por equipes – enquanto Adele dormia tranqüila nos seus braços.
“Nada acabou, eu só quero esperar a Adele crescer um pouco para que possa viajar com a gente”, avisa a mamãe, que faz questão de se dedicar à criação da menina. “Dificilmente eu peço para a minha mãe cuidar, essa responsabilidade é minha e eu adoro.” Ela confessa que a gravidez foi um susto no início e que só parou de remar quando não “coube” mais dentro do barco. “No Paulista do ano passado eu já estava grávida de três meses. Remei até os seis.”
A volta foi um pouco mais fácil por remar em casa, no Sorocaba, o ‘seu’ rio. “Mas eu senti a falta de preparação física, de treino mesmo”, conta Valéria, que terminou em segundo lugar no feminino, atrás da paranaense Pauline Furine, e em 47º no geral. Pauline, a goiana Tina da Matta, a gaúcha Romaica Silva e a paulista Roberta Borsari são alguns dos nomes que de agora em diante fazem companhia à Valéria na disputa pelo título.
A precursora já se preocupa em se dedicar mais ao esporte. “Tenho planos de ir para Goiás, com o Eduardo, dar aulas de slalom para iniciantes e treinar.” A pequena Adele vai entrar na onda. “Eu não sei se ela vai ser canoísta, mas ela adora água!”, brinca a mãe.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: maio 25, 2000