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Veterana e ‘dentes de leite’ competem juntos no Rio

Redação Webventure/ Montanhismo

Camilla conta como é ser top aos 14 anos

Aos 34 anos, ela é mãe e sobe em paredes entre uma mamadeira e outra fralda. Ele, aos 11 anos, encara o muro de 22 metros sonhando em ser um dos melhores escaladores do mundo… Diferentes gerações se encontraram na abertura do Ranking Carioca, no último fim de semana, no Rio, mostrando que a capital do montanhismo tem fôlego de sobra.

A mãe e atleta é Patrícia Mattos, que ainda acumulou a função de locutora do evento. A pequena Jade, de três meses, a acompanhava de perto, acomodada no carrinho ou no colo. De vez em quando, Patrícia fugia para dar a mamadeira ou ninar a menina. Logo era chamada para iniciar a escalada. Acabou chegando à final, mas caiu logo na primeira agarra na decisão do título. “Ser mãe e atleta dá nisso. Não tenho encontrado tempo para treinar”, justificou.

Família – Enquanto ela ia para o muro, uma “babá” especial ficava de olho em Jade. Era Marcela Santos, de 8 anos, também escaladora. Ela não competiu no carioca, mas foi torcer por Patríca, pela amiga Grigri e, claro, pela irmã Camilla que, aos 14 anos, é apontada como a maior promessa da escalada esportiva no Brasil.

Camilla escala há dois anos – começou logo no Pão de Açúcar, com o pai – e foi líder do ranking carioca no ano passado, além de quarta colocada no Brasileiro. “Ainda tenho muito o que evoluir, sou nova…”, admite. Treinada por Helmut Becker, o escalador nº 1 do país, Camilla sonha com os big walls: “Gosto de muro e de montanha. Um dia vou fazer uma grande escalada”, sonha. Everest? “Não, nada de gelo. Quem sabe a Pedra do Sino.”

Professor – Os meninos também estão começando cedo na parede. Bruno Miranda, de 11 anos, trabalha com Camilla e outros atletas no bar temático ‘Escalada Café’. Foi ele quem iniciou outra promessa da modalidade, Grionéria Barbosa, a Grigri. “O Bruno me levou para a montanha, onde comecei a gostar do esporte”, conta a ‘aluna’.

Também com 11 anos, apesar de aparentar menos, Caio Martins foi outro que disputou com os grandões a etapa do carioca. “Não tenho medo de encarar um muro desses (22 metros), mas eu sei até onde eu posso ir, sei que estou fora da minha categoria”, explica. O fato de se misturar aos Masters é proposital: Caio quer ganhar experiência para ser um dos escaladores top do mundo. Se depender dele e seus poucos mas persistentes colegas de geração, o futuro do esporte no Brasil está garantido.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: abril 12, 2000

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