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Viajando nas entrelinhas: Aconcágua

Redação Webventure/ Montanhismo

O Monte Aconcágua está aos poucos tornando-se uma parada quase que obrigatória para os brasileiros que praticam a escalada em alta montanha. Bem, não só para os brasileiros, mas também para montanhistas do mundo todo, já que este fantástico maciço de rocha é o pico culminante da América (6.962 m) e o mais alto fora da Cordilheira do Himalaia, famoso pelas suas inclementes tempestades e temperaturas extremas, beirando 25 graus negativos em pleno verão.

E foi nada menos do que uma destas freqüentes revoluções climáticas, batizadas de “Viento Blanco”, que sem qualquer piedade destruiu com força de furacão a totalidade dos acampamentos de alta montanha situados no Monte Aconcágua no dia 1º de fevereiro da temporada de 1999, quando ventos superiores a 80 km por hora e sensação térmica inferior a 60 graus negativos (!) obrigaram todas expedições a retornarem ao acampamento-base de Plaza de Mulas. Inclusive a minha…

Boom do Aconcágua Enfim, como toda montanha caprichosa, alguns dias mais e o céu estava magnífico, límpido e ensolarado, permitindo a um bom número de montanhistas alcançarem o cume sem qualquer lembrança da terrível tempestade.

Embora haja um intenso e crescente interesse dos brasileiros em conhecer o Monte Aconcágua, tanto pela perspectiva desde o cume quanto a do seu sopé, ainda não temos bibliografia específica editada em português, o que colabora com a grande desinformação a respeito e o incremento no número de acidentes graves ou fatais havidos na montanha.

Dessa forma, apesar de serem esperados aproximadamente 4.000 montanhistas para a temporada de 1999/2000, não esqueça: a via de ascensão pela Rota Normal do Aconcágua não é um trekking, como equivocadamente se divulga, mas apresenta todas as dificuldades próprias de uma escalada de altitude, exigindo do montanhista uma preparação adequada muito além do que a simples leitura de um livro!

De qualquer forma, para quem pretende mais cedo ou mais tarde deleitar-se com a majestosa beleza da “Sentinela de Pedra”, uma boa preparação pode ser iniciada com a leitura de alguns livros sobre o tema. Afora algumas obras editadas na Argentina, difíceis de obter-se no Brasil, a literatura sobre o Aconcágua é escassa, ressaltando-se duas obras:

“Aconcagua – A Climbing Guide” – Como guia específico para o Aconcágua, este pequeno best seller é companhia obrigatória para quem pretende fazer trekking ou escaladas nesta montanha. Ilustrado com 50 fotos em preto-e-branco, apresenta itens sobre o histórico da região, clima organização da expedição, equipamentos necessários, aclimatação e uma descrição das rotas básicas e 27 variações de escalada. Escrito por um montanhista para montanhistas, detalhado e cuidadosamente escrito, indicamos Aconcagua – The Climbing Guide como guia básico de escalada ou trekking, agora em 2ª edição atualizada e recém saída do prelo.

“Aconcagua – The Stone Sentinel: Perspectives of an Expedition”- Escrito de forma a intercalar as perspectivas de vários membros de uma expedição comercial norte-americana ao cume do Aconcágua seguindo a chamada Rota Normal, este livro há muito vem sendo utilizado como leitura complementar para escaladores ou trekkers. Pitoresco, bem-humorado e com belas fotografias coloridas, não deixa de ser interessante comparar por meio deste relato a completa estrutura hoje oferecida aos montanhistas com o ambiente originalmente desolado de apenas alguns anos atrás.

Feitas as devidas recomendações, não esqueça as luvas e o gorro e boa escalada!










“Aconcagua – A Climbing Guide”

Autor: Secor, J.R

Editora: 2ª ed. Seattle: The Mountaineers, 1999. 144p. ISBN 0898866693, Brochura

Serviço: US$ 13,56 na Amazon Books (www.amazon.com)

“Aconcagua – The Stone Sentinel: Perspectives of an Expedition”

Autor: TAPLIN, Thomas E

Editora: Santa Monica: Eli Ely Publishers, 1992. 252p. ISBN 0963480715, Capa Dura

Serviço: US$ 24.95 na Amazon Books (www.amazon.com)




Este texto foi escrito por: João Paulo Lucena

Last modified: agosto 31, 1999

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