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Do GPS às casas de joão de barro, é possível orientar-se

Redação Webventure/ Trekking

Airton explica a navegação com o relógio (foto: Luciana de Oliveira)
Airton explica a navegação com o relógio (foto: Luciana de Oliveira)

São Paulo (SP) – Num fim de tarde considerado caótico em São Paulo, com chuva pesada, foi herói quem conseguiu encontrar o caminho certo para driblar o trânsito complicado e os trechos alagados para chegar ontem à Bioritmo, na região da avenida Paulista, para a quarta e última palestra do Circuito Webventure de Palestras. Aliás, orientação e navegação foram o tema do evento, atraindo a maior platéia até então.

Com uma mistura de informações técnicas, experiência e muito bom humor, Airton Alberto e Giovanni Sacco deram dicas sobre a atividade e até simularam situações com os expectadores. “Não queremos cansar ninguém, a gente trabalha com o lúdico para passar as técnicas”, explica Giovanni, que aprendeu a navegar sendo aluno da primeira edição de seu próprio curso. Airton foi do Exército por 20 anos e especializou-se em resgates.

Interagindo com a platéia, escolheram uma “Mulher Bússola”, um “Homem Ponto” e um “Homem Passo” para quem cada passo equivale sempre à movimentação da perna direita – e com eles simularam a navegação com equipes, comum em corridas de aventura e enduro a pé.

Nesses casos, segundo a dupla, é importante a colaboração e união do grupo, para que todos consigam chegar juntos ao local pretendido. “Lembrem-se: um bom navegador é aquele que tem cuidado com os equipamentos, principalmente com a carta topográfica ou a planilha”, avisou Airton.

Os palestrantes reservaram comentários especiais sobre o GPS (Global Position System), aparelho que está se tornando cada vez mais conhecido e utilizado na aventura. Na EMA 2001, por exemplo, não é permitido navegar com ele mas cada time vai receber um GPS lacrado e poderá usá-lo em caso de emergência, o que tiraria a equipe da competição.

“Na selva, como é o caso da EMA, o GPS tem um problema: a copa das árvores altas interfere na captação dos sinais de satélite. Então, nada melhor do que a velha bússola”, alertou Airton.

Ele explicou que, na falta de aparato tecnológico, é válido ter a noção dos pontos cardeais para orientar-se pelo sol, que nasce a leste. O relógio analógico também oferece orientação, com ajuda de recursos matemáticos: a bissetriz que é resultado do ângulo formado entre as 12 horas – que deve estar apontada para o sol – e o ponteiro das horas indica a direção norte. A navegação de fortuna é outra opção, observando-se elementos naturais como a umidade nas árvores ou casas de joão-de-barro sempre contruídas para o norte.

Inspiração – “Gostei muito, eles foram bastante claros e foi mais um estímulo para participar de corridas de aventura”, disse Renata Toledo, que protagonizou a “Mulher Bússola” na palestra. Ela e alguns amigas estão treinando e pretendem, em 2002, estrear nas corridas com uma equipe exclusivamente feminina.

O Circuito Webventure de Palestras deve ser reiniciado no ano que vem. Nesta primeira edição, contou ainda com as apresentações do navegador Júlio Fiadi, da família Goldschimidt que viajou por toda a América – e do casal de alpinistas Paulo e Helena Coelho. Todos dividiram com os espectadores um pouco de suas experiências e do incansável ´espírito aventureiro´.

Apoio: Bioritmo, Som Maior, Curtlo.
Idealização: Cristina Amaral.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: novembro 23, 2001

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