Técnicas de remada para o total controle do bote são uma das lições aprendidas (foto: Débora de Cássia/Arquivo Webventure)
Quem gosta de fazer descidas comerciais de rafting, ou tem curiosidade e quer se aprofundar na prática do esporte, não precisa necessariamente se transformar em um profissional da área para ter os conhecimentos dos instrutores. Existem cursos específicos na formação de guias de rafting, profissionais responsáveis pelas descidas, que podem ser feitos pelo grande público.
Muitas empresas formam os seus guias depois de muito treinamento prático e devido à necessidade de contratação de mão-de-obra. Há alguns cursos, porém, que são apostilados e contam com certificados para os seus participantes. As empresas que dão esses tipos de curso, com apostila e certificados, são a Canoar Rafting & Expedições e a Vias Naturais.
Vou explicar para você como é o funcionamento do curso da Canoar, por conhecer seus procedimentos e normas. É importante frisar, porém, que todas as iniciativas de cursos para instrutores, direcionados para quem quer trabalhar com isso ou não, ajudam muito no processo de profissionalização do esporte.
Qualquer pessoa pode fazer o curso e transformar-se em um guia, exercendo a função de controlar o bote dentro do rio e guiar as ações dos demais integrantes no bote, além de ser responsável pela segurança destes. No curso da Canoar, existe a limitação de idade mínima (exige-se que o participante tenha no mínimo 12 anos). A idade máxima depende do vigor físico e da vontade. Outras limitações mais específicas, como deficiências, devem ser avaliadas caso a caso.
Da teoria para a prática – A primeira parte do curso, que conta com um total de 32 horas, é teórica. Os alunos passam a ter contato com todos os equipamentos e acessórios utilizados na descida, desde o remo e o bote até capacete, coletes e utensílios de segurança em geral. Também são mostradas as marcas desses equipamentos, seus modelos, características e limitações.
Como trata-se de uma introdução à prática, os alunos recebem instruções de como distribuir os futuros clientes dentro do bote de acordo com o biotipo, o perfil e a idade, a comunicação através de sinais entre os próprios guias e outras instruções que deverão ser passadas a quem for acompanhá-los na descida.
As parte teórica é extremamente importante. Dela, depende todo o embasamento do qual os futuros instrutores precisarão para sentirem-se seguros e para estarem aptos a desempenhar a sua função dentro do bote.
Depois, iniciam-se as aulas práticas, que duram geralmente dois fins de semana. As primeiras ações aprendidas dentro do rio são as técnicas de segurança e quando elas devem ser utilizadas. Lançar um cabo de segurança, recolhê-lo corretamente, por exemplo, fazem parte desta parte do aprendizado. Cuidados com o equipamento, como encher, calibrar, esvaziar o bote, também entram neste momento.
O contato com o rio também faz parte das aulas: é necessário aprender a ler o rio, sabendo quais os melhores caminhos, onde localizam-se os refluxos, quais os mais simples e os mais perigosos, no que o nível daquele determinado rio pode influenciar na descida, etc.
A partir daí, inicia-se o processo mais esperado. Os alunos recebem as instruções básicas de remada, aprendem técnicas mais específicas e avançadas e começam a praticar, primeiro em água parada. Virar e desvirar o bote é o próximo desafio. O passo adiante é fazer os mesmo procedimentos, mas enfrentando as corredeiras. Com essa prática também são assimilados os comandos de voz que devem ser dados a acompanhantes e clientes durante uma descida.
Por fim, ao finalizar as partes prática e teórica, os alunos são convidados a participar de um estágio, onde enfrentam situações reais de descidas com clientes, sentindo toda a adrenalina e as dificuldades que isso proporciona. No certificado constará uma avaliação, de acordo com o esforço e desempenho dos participantes.
A realização de cursos como esse, com certificado e apostila, ajudam na profissionalização do esporte e proporcionam lazer e conhecimento para aqueles que gostam bastante de rafting. É uma maneira de padronizar normas de segurança e critérios, além de uma porta de entrada muito importante para as pessoas que querem começar a competir.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: novembro 23, 2001