Alexandre Freitas diz que não se arrisca a estimar quanto tempo as equipes vão demorar na primeira parte da prova. (foto: Gustavo Mansur)
Santarém (PA) – Clima de muita expectativa para a largada da Expedição Mata Atlântica 2001. Os competidores tiveram um dia agitado após receberem os mapas e o roteiro da primeira metade da competição, que terá um total de 25 PCs (Postos de Controle). As equipes receberam apenas informações até o PC 17. O restante dos mapas até o fim do percurso será distribuído apenas neste PC.
O organizador da prova, Alexandre Freitas ressaltou hoje à tarde que a prova será um teste de resistência aos atletas, não só físico como psicológico. “Eles irão atravessar áreas selvagens onde nem trilhas existe. Algumas travessias de rio serão bem assustadoras, principalmente à noite”, comentou, em coletiva de imprensa para os jornalistas que acompanham a EMA 2001.
Amanhã as equipes largam em uma travessia a nado na foz do rio Curuá-Una, a cerca de 80km de Santarém. É uma travessia fácil, em águas calmas, mas com a companhia de jacarés em alguns trechos das margens do rio. “É um local lindo, um verdadeiro santuário ecológico”, comentou Freitas.
Animais no caminho – No PC 2 será o início da travessia do rio Amazonas, que será feita em canoas locais. O rio está na época da seca, com vários bancos de areia e pequenas ilhas. No PC 3, na outra margem do Amazonas, as equipes partem para um trecho de trekking em uma várzea, um pasto natural, que surge na seca do Amazonas.
“Não tem árvores, a localização é fácil. O perigo são os animais como cobras, as famosas jararacas, arraias nos igarapés e peixes-elétricos”, explicou Alexandre.
No fim do trecho de trekking as equipes atingem a cidade de Monte Alegre (PA), onde pegam suas bicicletas. Um detalhe: alguns times podem receber suas bicicletas já montadas; outros poderão optar por receberem a caixa das bicicletas e terem de montá-las ali no PC 4. As equipes escolherem receber a bicicleta montada terão uma penalização obrigatória de 15 minutos por bicicleta, aplicada no PC 5.
O trecho de bike termina no PC 6. “São estradas e caminhos numa região que foi demarcada pelo INCA na época em que se tentava estimular a ocupação da Amazônia. Este é um dos primeiros núcleos de ocupação do INCA. É uma área bem desmatada”, descreveu Freitas.
Mata perigosa – No PC 6, as equipes encontram pela primeira vez suas caixas de equipamentos. Dali partem para um longo trecho de trekking que irá mergulhar na floresta tropical. E é lá, no PC 6, que os times terão de decidir pela prova na categoria principal (Expedição) ou na Aventura.
Em princípio, a etapa será uma região de floresta bem devastada. Pouco a pouco as equipes irão entrar em trechos mais fechados da mata tropical. “A partir do PC 8 até o PC13 será um trecho de floresta selvagem, sem trilhas, muito perigosa”, comentou o organizador. “Os competidores vão encontrar muitos animais, e terão de estar muito atentos a cobras nos remansos dos rios, como a sucuri”, explicou.
Do PC 13 até o 17, será a vez dos caiaques infláveis. Um trecho total de 60 quilômetros pelo rio Maiacú. Freitas conta que “os primeiros 30 quilômetros são os piores, com muitas corredeiras no caminho”.
A imprensa, assim como todos os competidores, só poderá saber como será o trecho final da EMA 2001 a partir do momento em que a primeira equipe atingir o PC 17. A organização não arrisca nenhum prognóstico sobre quanto tempo pode demorar para os primeiros atletas chegarem lá. “Aqui na Amazônia não adianta, tudo depende das situações. Eu não vou me arriscar a passar um prognóstico de tempo e depois ter de me corrigir. Tenho que ver como as equipes vão se sair nos primeiros dias”, justificou Freitas.
Este texto foi escrito por: Gustavo Mansur
Last modified: novembro 24, 2001