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Roberta Nunes, a 1ª brasileira no cume do Fitz

Redação Webventure/ Montanhismo

Roberta Nunes é uma das escaladoras brasileiras que mais se destacou até hoje. (foto: Arquivo pessoal)
Roberta Nunes é uma das escaladoras brasileiras que mais se destacou até hoje. (foto: Arquivo pessoal)

A paranaense Roberta Nunes teria se tornado em janeiro passado a primeira brasileira a chegar ao cume do Fitz Roy, na Patagônia. A informação chegou por meio de um telefonema que ela fez da montanha para casa, em Curitiba (PR), anunciando o feito. “Recebemos a informação dos pais dela, com quem a Roberta conversou”, conta Adi Schlenker, da academia de escalada Campo Base. Segundo a mãe da atleta, Júlia, “ela já estava descendo a montanha, quando ligou. Disse que fez o cume e estava muito feliz”. A escaladora ainda não retornou ao Brasil.

Durante a escalada, Roberta foi acompanhada do venezuelano radicado nos EUA Jose Pereira. “Ele estava muito contente com o feito, gritava, comemorando, ao lado dela, enquanto nos falávamos pelo telefone”, lembra Júlia. Não há confirmação sobre a via utilizada pela dupla. Eles não retomaram o contato com a família desde então. “Ela disse que queria escalar novamente e que depois daria notícias”, afirma a mãe. Não há previsão do retorno da paranaense.

História – Roberta tem 29 anos e mora na região de Anhangava, na Serra da Baitaca, no Paraná. “Ela vem se destacando nos últimos anos em escaladas complexas, alpinas e big walls. Com certeza é a menina brasileira que mais se desenvolveu neste tipo de escalada”, comenta Tom Papp, escalador profissional e colaborador do Webventure.

“Escalar na Patagônia implica em muita paciência, sabedoria, força, resistência, persistência e técnica”, afirma Rosita Belinky, outra brasileira que também teve a oportunidade de escalar na região. “Sabedoria e paciência para reconhecer e esperar pelo bom tempo para atacar a montanha; força e resistência para, de uma vez, subir sem parar por 20, 30, 40 horas até voltar para ´casa´. Isso sem falar nas ventanias que fazem decolar pedregulhos de tamanhos inimagináveis (pois é, na Patagônia até pedra voa), congelam nossas cordas, dedos, pés, a parede e tudo o mais que estiver envolvido nas escaladas.”

A ´maquininha´ – Rosita carinhosamente se refere a Roberta como “maquininha de escalar”. Com feitos em vias do Paraná, Rio, São Paulo e Chile, entre outros locais, Roberta também passou uma temporada nos EUA, onde, segundo sua mãe, conheceu Pereira. Lá aprimirou-se nas técnicas de big wall.

A atleta seria a quarta representante do Brasil a conseguir a façanha no Fitz. Antes dela, a montanha foi escalada por Luís Makoto Ishibe e pela dupla Alexandre Portela e Bito. Parabéns, Roberta, e até a sua volta para nos contar em detalhes esta história fascinante!

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: março 6, 2002

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