Helena e Paulo Coelho: especialistas em alta montanha. (foto: Arquivo pessoal)
“Você já parou para pensar que quase todos os praticantes de atividades outdoor não se limitam a apenas um esporte?. Assim Giovanni Mello mudou o rumo de nosso descompromissado papo-furado, entre a quebra de uma onda e outra em nossas cinturas, em meio a uma maravilhosa e ensolarada manhã de domingo na praia, onde a justificativa do encontro havia sido traçarmos a linha-mestra de uma palestra que faríamos juntos, em breve.
Com a rapidez do pensamento, recordei-me de Vinicius Meirelles, mergulhador e escalador; de Flavio Daflon, escalador que curte canoagem e bike; de Simone Duarte, canoísta e escaladora quando o mar está forte demais para remar; de Luiz Antonio Oliveira, escalador que salta de pára-quedas nas horas vagas; de Helena Artmann, balonista, montanhista e escaladora de gelo; de Marcio Carrilho, escalador e mergulhador. É claro que não esquecemos de nós dois, corredores de trilhas, que pedalamos, mergulhamos e escalamos sempre que possível.
As corridas de aventura – Naturalmente o assunto guinou na direção das corridas de aventura. Afinal, um praticante deste recentíssimo esporte pode ser considerado a síntese perfeita da idéia que discutíamos. É a fusão da tese e da antítese. É a unicidade dentro da pluralidade. Ou não é motivo para reflexão uma atividade que leva a mesma pessoa a remar diversos tipos de embarcação, pedalar, caminhar, escalar, mergulhar, cavalgar, e outros verbos de ação outdoor?
Mas onde isto tudo começa? O Uriel Santiago era um voador de asa-delta antes de ir para o Eco-Challenge no Marrocos, em 98. O Eduardo Coelho pedalava muito antes de ir para a EMA 98 pela equipe Pedal Power. A Carmem Silva remava na baía de Angra dos Reis antes de fazer sua estréia na EMA 99. O Paulo e a Helena Coelho, experientes escaladores de alta montanha, fizeram sua estréia nas corridas de aventura nesta última EMA, na Amazônia. Giovanni e eu já praticávamos diversas atividades outdoor antes de irmos para a EMA 2000.
Por quê? – Mas, afinal, por que esta multiplicidade de interesses? Eu, pessoalmente, creio que seja a Natureza (com ene maiúsculo!) o verdadeiro catalisador das emoções desta gente toda que procura prazer e/ou filosofia de vida em atividades tão díspares à primeira vista.
Ou você tem coragem de me dizer que existe outro ponto que unifica, por exemplo, quem tem fixação simultânea em escalar e mergulhar? Ou quem se realiza pilotando uma asa delta e remando um caiaque? Ou ainda quem corre em uma trilha a bordo de uma mountain bike e, em seguida, também sente prazer em passar bem mais devagar pelo mesmo caminho, praticando trekking…?
Este texto foi escrito por: Carlos Sposito
Last modified: março 20, 2002