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Uma teoria apenas…

Redação Webventure/ Montanhismo, Outros

Na teoria de Helena  a montanha é o lugar de identificação. (foto: Arquivo Waldemar Niclevicz)
Na teoria de Helena a montanha é o lugar de identificação. (foto: Arquivo Waldemar Niclevicz)

Há algum tempo eu venho desenvolvendo uma teoria, totalmente “amadora”, no sentido de não ter nenhum embasamento teórico a não ser a observação, de que o montanhista/alpinista é um ser peculiar. Explico melhor. Existe um tipo “comum” de pessoas que, por serem daquela forma, acabam escolhendo e se identificando com a montanha e fazendo dela a sua vida.

Estou começando a ler um livro e, logo nas suas primeiras páginas, esta “teoria” mais uma vez se confirma. O livro chama-se “Alto Risco uma paixão pelo Everest e lugares radicais”, e o autor, David Breashears, é nada mais nada menos que o responsável pelo filme Everest, todo feito em formato IMAX. David subiu “apenas” quatro vezes no topo do mundo! E acredito que ele deva ser um dos ocidentais que mais vezes esteve lá em cima…

Ele está apenas começando a contar de sua vida, ainda na infância, e, nela, aparece o ingrediente comum a todos eles, que cito ali em cima: não se adaptar a esportes coletivos, não responder bem a ordens (ou simplesmente não responder…) de superiores (pais, professores etc), ser totalmente viciado em escaladas e montanhas (não conseguindo pensar e fazer mais nada caso já tenha descoberto esta “nova vida”), odiar festas e reuniões sociais próprias dos adolescentes (nesta fase, quando muitos estão se sentindo pouco à vontade com o crescimento repentino, os montanhistas em potencial simplesmente não conseguem se adequar à vida “normal” em sociedade e começa um natural isolamento, que acaba quando ele descobre a montanha e, enfim, se sente novamente integrado ao que escolhe como seu ambiente).

Maluquice minha? Procure conversar com os amigos que escalam, se é que você tem algum… Se não tem, provavelmente você não faz parte deste pequeno grupo que citei acima. Se tem, já sabe que seu amigo é um pouco “diferente” dos outros. E, se você é um dos nossos, sabe muitíssimo bem do que estou falando! E seja bem vindo é maravilhoso descobrir que não estamos sozinhos…

Este texto foi escrito por: Helena Artmann

Last modified: março 26, 2002

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