Robert Nahas foi o mais rápido em quadriciclo no Baja das Neves em Santa Catarina. (foto: Marcelo Krings / Webventure)
Ainda são poucos, mas em todos os ralis eles marcam presença. Os quadriciclos, por enquanto encaixados dentro da categoria Motos, estão ganhando adeptos e espaço no cenário do off-road nacional. Para Robert Nahas, que venceu o Baja das Neves – etapa da Copa Baja e do Brasileiro de rali cross-country – “a competitividade está boa; falta se importarem um pouco mais conosco”. Confira a entrevista concedida em São Joaquim (SC), após a prova.
Webventure – Os quadris estão sempre presentes e a categoria teve um impulso bem legal no ano passado, com o Carlos Collet sendo o primeiro a terminar o Rally dos Sertões num quadriciclo. Como você vê a evolução deste tipo de veículo nos ralis?
Robert Nahas – Apesar de poucos quadris, já está bem competitivo. O Collet anda muito bem, sempre competi com ele. Eu tinha tudo para ter ido com ele para o Sertões, mas tive um imprevisto na última hora. Neste ano estarei lá, nada vai impedir.
Webventure – E como é vencer o Baja das Neves?
Nahas – Estou muito contente. Isso acontece, como diz o Collet, que além de tudo é muito meu amigo. É como o Rubinho e o Schumacher, hoje (no último domingo) foi a vez do Rubinho vencer (risos). Eu sempre falo para o Collet: na prova, é menos amizade e mais rivalidade.
Webventure – Qual foi a maior dificuldade para os quadris neste baja?
Nahas – Foram os pneus. O Collet teve dois furados. Eu tive o azar de ter um pneu furado bem no meio da última especial. Tive que andar com ele assim mesmo… Outro problema é que tinha muita pedra e o quadri é muito baixo. Então temos que tomar cuidado para não amassar a proteção, perder um disco de freio ou arrebentar uma corrente. E olhar bem para não dar de frente com nenhuma pedra.
Webventure – O que é preciso para começar a competir com um quadri?
Nahas – Em primeiro lugar, ter vontade. Não precisa ter um quadri especial, agora existem as categorias Utilitários e Sport, então todos são competitivos. Falta um pouco mais de atenção com a categoria. O Dyonísio (Malheiros, diretor da Copa Baja) dá uma força enorme, não tem nem o que falar. Mas é preciso que se importem mais conosco. É uma categoria um pouco esquecida, algo como “ah, os quadris, vamos dar um jeito!”. Esta foi uma prova perfeita, só na última especial talvez tenha faltado um pouco de sinalização. Na média, foi uma prova muito boa. Apesar do frio, valeu a pena ter vindo.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: junho 25, 2002