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Rally fascina população por onde passa

Redação Webventure/ Offroad

Chegada do Rally a Crateús. (foto: Luciana de Oliveira / www.webventure.com.br)
Chegada do Rally a Crateús. (foto: Luciana de Oliveira / www.webventure.com.br)

Direto de Crateús (CE) – Por onde passa, o rali encanta o povo. Carros coloridos, máquinas barulhentas e muita poeira levantada costumam quebrar a rotina de vilarejos aparentemente esquecidos no interior dos estados. Hoje, no caminho entre Floriano (PI) e Crateús (CE), muita gente tirou o dia para esperar a caravana do Sertões passar. Mesmo os carros que não estão na competição, como os que transportam repórteres e fotógrafos, são alvo de muita curiosidade e até gritos histéricos, como se fôssemos artistas.

Hoje, nos arredores de Crateús, foi a primeira vez na minha vida em que tive de dar um autógrafo. Por mais que a gente explique que não é piloto e nem famosa, crianças insistem segurando caderninhos, agendas ou simples pedaços de papel. É difícil dizer não.

Muita gente pede lembranças do Rally. Em Janaúba formou-se uma multidão na saída do caminhão que usamos como Sala de Imprensa pedindo chapéus e camisetas. Todo mundo quer eternizar a passagem do evento em sua cidade ou vila.

Intercâmbio – Diversas vezes o contato do “público” com os competidores beira a solidariedade. Algumas equipes, como a Fapinha e a Vedacit, criaram projetos para distribuir utilidades aos moradores locais. A primeira entregou kits de escova e creme dental no “Sorria para o Rally”. O segundo time entrega brinquedos, uma tradição para eles desde 2000. Isso sem falar nas iniciativas da organização com atendimento médico gratuito e distribuição de remédios e cestas básicas.

Existem diversas vezes em que é o morador humilde que tem algo a oferecer. Na especial desta quinta-feira, em meio a muita poeira e calor, pilotos de motos criaram um verdadeiro “pit-stop” nas casas ao redor do local de término daquele trecho. Solícitos, os locais ofereceram água para todos e até trouxeram as cadeiras de dentro de casa para o descanso de membros da organização e os jornalistas à sombra. “Aqui é um bar?!”, perguntou um piloto que chegou depois que a movimentação estava acontecendo.

O rali e sua caravana são intrigantes para quem não está acostumado com o ronco dos motores e a presença de tanta gente. O fotógrafo E. J. Manzi trouxe desta edição uma história bem interessante: “estava andando pela trilha, cansado, e encontrei uma senhora que também caminhava, só que bastante disposta. Ela me contou que andava todo dia três quilômetros para levar comida ao marido na roça. De repente, comentou sobre um vizinho: ´O moço que mora aí está aperreado porque não consegue ficar dentro de casa nem fora’. Perguntei por que e ela respondeu: ´está achando que isto (o rali) é uma guerra´”.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: agosto 1, 2002

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