Helena Artmann envia esta coluna do Canadá, cujas trilhas ela visitou. Inspirada, a jornalista comenta outros lugares preferidos.
Cada vez que pego um mapa do nosso planeta, sinto uma profunda angústia no peito… Explico: preciso mais de uma vida para conhecer tudo o que quero. Isso porque viajo muito e sempre.
Hoje, após andar por seis continentes (divindo as Americas, claro!), sei que prefiro os confins do mundo, os lugares naturais, as cidades pequenas e uma ou outra cidade grande – de preferência rodeada de natureza, como o meu Rio de Janeiro, ou carregada de história, como Paris (neste caso, para conhecer e passar pouco tempo, jamais para morar!) – sem medo de ser óbvia. Ou ainda com uma forte vida de montanha e muito exótica para nós, como Kathmandu, no Nepal.
Cidades pequenas, vilas e vilarejos são charmosos em quase qualquer lugar. Pois agora estou em Victoria, capital da Columbia Britânica, no Canadá, situada na enorme Ilha de Vancouver. Victoria não segue o padrão das capitais brasileiras e é bem menor que a vizinha Vancouver, na mesma província.
É muito charmosa, ensolarada nesta época do ano (comecinho do outono) e possui um dos melhores climas deste friorento e gigante país. Sim! Mesmo estando no Canadá, neva menos de cinco vezes por ano por aqui!
Passamos uns dois dias em uma estação de esqui (sem neve, claro, por causa da época do ano) situada em uma vila no Monte Washington, no meio da ilha.
O lugar é lindo, as montanhas em volta têm neves eternas e as trilhas são muito bem cuidadas e tratadas, coisa de primeiro mundo. Tanto que esta nossa breve caminhada de uns 7 km feitos em quatro horas e meia, com direito a muitas paradas, inaugurou a vida ao ar livre de meu sobrinho, Thomas, de apenas um ano!
Aliás, esta é uma coisa que eu já observei em vários lugares do
primeiro mundo: trilhas bem marcadas, abertas e seguras. Impossível se perder. Bem ao contrario do nosso também imenso Brasil e suas trilhas que ainda exigem muito do caminhante – um bom senso de orientação, conhecimentos de navegação com o uso de mapas e bússolas, muita prática.
Cá entre nos, claro que prefiro caminhar nos espaços ainda selvagens que temos espalhados pelo Brasil. Mesmo assim, viajar e conhecer novas culturas e cantinhos da Terra é sempre bom e alivia um pouco a minha permanente angústia exploradora.
A colunista viaja com apoio de United Airlines. |
Este texto foi escrito por: Helena Artmann
Last modified: outubro 1, 2002