A equipe brasileira que está no Everest informou ontem à noite (02/10) que uma avalanche interrompeu a primeira tentativa de chegar ao cume. Segundo relato no site obrasilnoeverest.com.br, Waldemar Niclevicz e Irivan Burda, os dois alpinistas do Brasil que pretendem chegar ao cume nos próximos dias, tiveram de voltar ao quarto e último acampamento (8 mil metros), às 4h30 locais (19h40 no Brasil) por causa de uma avalanche de placa, que eles explicam como sendo o deslocamento de uma grande superfície de neve.
De acordo com o relato, Irivan e o sherpa Mingma foram arrastados pela força da neve por mais de 150 metros montanha abaixo. “Naquele instante o pânico tomou conta dos demais sherpas e dos membros da equipe coreana, que estavam logo atrás. Por muita sorte, Irivan e Mingma conseguiram se fixar no gelo. Decidimos por bem retornar ao acampamento 4, onde faremos uma avaliação à respeito de uma nova investida”, descreveu Niclevicz.
Sherpas descerão – Um novo ataque foi anunciado para hoje (03/10). A equipe brasileira estaria acompanhada de um time japonês e não terá, segundo relatado, os sherpas. “Como havíamos previsto, os sherpas descerão para o Acampamento 2”, narra Niclevicz, lembrando que os sherpas teriam se assustado com o episódio da avalanche.
“Irivan e eu permaneceremos durante todo o dia descansando aqui no Colo Sul, com o uso do oxigênio. Alir Wellner, que está bem, descerá junto com os sherpas”, informou. Wellner foi um dos alpinistas brasileiros que se sentiu mal devido ao ar rarefeito e não poderá fazer o ataque ao cume. Outro desistente foi Marcelo Santos, o Bonga, que apresentou sinais de congelamento nas mãos.
Hoje, às 18h do Brasil, os integrantes que estão no base relataram ao site da expedição que não têm feito contatos com os alpinistas que estão no acampamento 4 e não confirmavam a saída para o cume.
“A equipe brasileira, ainda esperava uma definição da saída da equipe dos japoneses, a qual tinha dúvida sobre o ataque ao cume em função do forte vento que soprava no Acampamento 4”, informaram. “Até o momento estamos sem contato com a equipe no acampamento 4. Estamos tranqüilos, pois o Waldemar e o Irivan estão em excelente condição fisíca e ainda não haviam saído ao ataque ao cume (até o último contato), pois não era seguro fazer sobre um forte vento de 60km/h.”
Lá já é madrugada de sexta-feira e o último contato com Niclevicz e Irivan com a base foi às 22h, horário do Everest, que corresponde às 7h de hoje, no Brasil.
Atrasos – A expedição O Brasil no Everest já havia informado ainda que está com problemas no sistemas de energia e que poderão ocorrer atrasos na transmissão de informações direto da montanha.
Ainda ontem, Niclevicz anunciou que desistiu de tentar chegar ao cume sem o uso de oxigênio artificial, fato que até então promovia como um diferencial desta escalada. O alpinista busca chegar ao “topo do mundo” pela segunda vez. Em 1995, ele e o teresopolitano Mozart Catão se tornaram os primeiros brasileiros no cume do Everest, usando oxigênio engarrafado.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: outubro 3, 2002