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Segurança no boulder

Redação Webventure/ Montanhismo

Prática do boulder no último Blox. (foto: Alê Silva)
Prática do boulder no último Blox. (foto: Alê Silva)

Nesta coluna, Alê Silva comenta sobre as particularidades da escalada em boulder.

Tempos atrás eu falava do boulder com entusiasmo, mostrando para os curiosos como aquela modalidade nos permitia escalar sozinhos, como era prático não ter de levar aquela pilha de equipamentos e como era seguro escalar em pequenos blocos. Como podia me enganar tanto?

Apesar de velho conhecido de guerra, o boulder cresceu e tornou-se febre somente nos últimos dois, três anos. E assim como eu muita gente começou a notar como estávamos enganados.

Antes de mais nada escalar sozinho é um pé… A prática do boulder por si só é mais descontraída e pede uma “galerinha” reunida inventando lances, descobrindo novos blocos e possibilidades. Depois esses pequenos blocos nem sempre são tão pequenos assim, e mesmo que fossem, geram, na maioria das vezes, posições e atitudes do corpo onde mesmo uma pequena queda pode ser muito perigosa para os pés, cotovelos e às vezes até a cabeça.

Colchão salvador – É aqui que entra o mais novo conhecido do boulderista, o CRASH PAD… Este pequeno colchão até pouco tempo atrás era muito pouco usado, mesmo na Europa e nos Estados Unidos. Apesar de ter pouco mais de um metro quadrado de área e geralmente cinco a dez centímetros de espessura, sua espuma de alta densidade costuma ser suficiente para que grandes torções nos cotovelos, punhos e tornozelos sejam evitadas, sem contar o contato físico da pele com a pedra ou solo evitando também escoriações.

Uma outra peça extremamente importante na escalada de boulder – e infelizmente ainda muito pouco utilizada – é a famosa segurança de corpo. Já explicarei melhor esta parte, mas antes vamos acabar também com a segunda maior premissa do boulder, que era poder escalar sozinho.

Apesar de em alguns lugares muito tradicionais, como Fontainebleau, ainda ser muito comum a prática do boulder sozinho, na maioria das situações este tipo de escalada já é visto como uma atividade de duplas ou às vezes até mais pessoas.

A segurança de corpo se não for a mais importante, é a segunda mais importante parte para sua segurança. Problemas cada vez mais difíceis e cada vez mais negativos e acrobáticos geram quedas em posições adversas.

A função do segurador – Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o segurador não deve ter a pretensão de pegar seu companheiro em queda no colo ou mesmo ficar em baixo para amortecer a queda. A segurança correta é feita levemente para trás do escalador, com sua atenção fixa à cintura do escalador que, no caso de queda, deve ser “endireitado” para a posição ereta.

Cabe ao segurador, colocar em pé seu companheiro de forma que a primeira parte a tocar o CRASH PAD sejam os pés do escalador. O amortecimento da queda cabe tão somente ao CRASH PAD e às próprias pernas do escalador. Desta forma, evita-se que um ou ambos se machuquem.

Antes de encerrar este texto, devo lembrar que um CRASH PAD hoje nas lojas de escalada vale em torno de 200 a 300 Reais e uma consulta médica com um gessinho modelo popular pode facilmente passar deste valor. Isso na melhor das hipóteses, sem falar em fisioterapia, pinos, etc. Por isso, esteja atento, pratique o boulder sempre com responsabilidade e não economize em sua segurança.

Este texto foi escrito por: Alê Silva (arquivo)

Last modified: outubro 9, 2002

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