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Banff trouxe paixão universal pela aventura

Redação Webventure/ Montanhismo

Sessão de sexta-feira do Banff na Adventure Fair. (foto: Luciana de Oliveira / Webventure)
Sessão de sexta-feira do Banff na Adventure Fair. (foto: Luciana de Oliveira / Webventure)

“Por que escalamos? É um lindo mistério”
(Beyond Gravity)

“Queria ir à Antártica, mas não num cruzeiro.”
(Bersek)

“Fujo de situações onde não há conforto. Aqui estarei confinado, vou ter de encarar isso.”
(Bersek)

Com sala lotada no fim da semana, o Banff Mountain Film Festival proporcionou uma certeza a quem o assistia sentado numa sala escura, em tarde quente da primavera de São Paulo: a paixão pela aventura é igual no mundo todo. Quem saiu de casa para visitar a Adventure Fair 2002, evento que englobou o Banff, certamente trazia consigo o gosto pelos esportes extremos e a natureza.

Vendo os filmes, a identificação foi imediata: em todos há depoimentos que você já ouviu ou até já disse antes. Esportistas e aventureiros dos EUA, da Europa, do mundo, ídolos ou desconhecidos da maioria, falam a mesma língua: adrenalina, medo, atração pelo desconhecido. A sala do cinema também conseguiu reunir, nesta Adventure Fair, anônimos e referências da aventura. No dia em que assisti pela primeira vez estavam ali Helena Artmann, Rodrigo Raineri, Vítor Negreti e a produtora do filme Extremo Sul, Mônica Schmiedt… quer mais?

Aliás, foi por indicação da Helena que assisti a “Beyond Gravity”, um dos filmes da versão do Banff em São Paulo. Didático e com visuais de tirar o fôlego, exibe todos os estilos de escalada, com algumas das maiores feras. Estão lá Lynn Hill, Katie Brown e Peter Croft tentando explicar o que os leva a escalar e porque escolheram este ou aquele estilo.

Reality show – O nome Festival de Montanha, como destacam os próprios organizadores do evento no Brasil, não se resume a trekking e escalada. Biking, base jump e até vela fizeram parte dele.

Um dos filmes de maior impacto foi “Bersek”, um reality show bem verdadeiro, desculpe a redundância. Três tripulantes um norueguês, que era o capitão, mais um norte-americano e um argentino que nunca haviam velejado antes – embarcam no barco a vela que dá nome ao filme com o objetivo de chegar até a Antártica. No meio da rota rumo ao extremo do planeta, um deles desanima e quer desistir.

Em alguns momentos, a batalha de navegar pelo mar com icebergs e encarar tempestades chega a ser coadjuvante da situação da equipe e do confronto de personalidades, tudo registrado pela câmera do capitão. Ficou um clima de suspense e apreensão para saber se aquele trio e o Bersek chegariam até o fim. “Achei muito legal, é um crazy reality show”, brinca Vítor Negreti.

Para o visitante Geraldo Carneiro, cuja paixão pela aventura o trouxe de Teresópolis (RJ) até a Bienal do Ibirapuera, o destaque foi “Mustang”, onde dois amigos viajam ao longo da trilha ancestral no Nepal sobre a cordilheira principal dos Himalaias até alcançar Lo Manthang, a capital de Mustang.

No fim de cada seção, alguns espectadores querem mais e cercam os promotores para satisfazer a curiosidade. “O que mais me perguntam aqui?”, comenta Guilherme Conté, da 9d Produções. “É sobre a trilha sonora dos filmes. Vamos até incluir essa informação no site”, promete. As exibições em São Paulo foram as últimas do Banff no Brasil, em 2002. O festival neste ano também passou por Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: novembro 4, 2002

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