Na coluna de fevereiro, Helena Artmann, de mochilas prontas para a Indonésia, escreve sobre sua próxima escalada.
Um projeto em andamento – dar a volta ao mundo escalando a montanha mais alta de cada continente. Um amigo fazendo o mesmo projeto. Paciência e determinação. Todos esses são os ingredientes da minha próxima viagem, com um objetivo dos mais claros: escalar o ponto mais alto da Oceania, a Pirâmide Carstensz, 4.884 metros, na Papua Nova Guiné.
Meu companheiro será o italiano Alberto Magliano, que subiu o Everest ano passado e agora corre atrás dos sete será o segundo italiano a conseguir o feito, após ninguém menos que Reinhold Messner!
Meu projeto começou em 1998, quando fiz as quatro montanhas dos Sete Cumes (veja mais em www.helenaartmann.com.br). Desde então, parei com o projeto, mas não com as escaladas, sendo o Sajama, 6.542 metros, minha última expedição. Agora, surgiu a oportunidade de retomar os Sete Cumes. Parto em meados deste mês para uma viagem de cerca de 25 dias pelos mistérios da Oceania e da terceira maior ilha do mundo, habitada por uma tribo de canibais que ainda vive na idade da pedra.
Exótica – A montanha é a mais exótica dos Sete Cumes e a única em rocha apenas, apesar da altitude. Em comum com o Brasil, a chuva que cai praticamente todos os dias do ano. São cerca de 800 metros de parede, com uma graduação baixa e o crux (quinto grau), a 4.600 metros de altitude. A aresta final é bastante aérea e a vista, com certeza, deslumbrante.
De longe, a montanha lembra muito as Agulhas Negras, no Parque Nacional do Itatiaia, mas a rocha é outra extremamente abrasiva. É fundamental escalar com luvas de couro e outra mais quente por baixo. Como se não bastassem tantas coisas novas, é a primeira vez que pisarei na Oceania, único continente da Terra que me falta conhecer. De grão em grão…
Este texto foi escrito por: Helena Artmann
Last modified: fevereiro 17, 2003