Agulha do Diabo no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. (foto: Arquivo pessoal)
Em nova coluna, Helena Artmann fala de sua nova “casa”: Teresópolis (RJ), onde fica a Serra dos Órgãos, e que ela compara a morar em “uma vila no meio dos Alpes”.
Estou atrasada com esta coluna e o motivo não poderia ser mais nobre: uma mudança radical na minha vida. Bem, talvez não tão radical assim. Talvez apenas uma volta às origens! Acabo de sair de uma cidade grande para uma 100 vezes menor. Saí de um calor terrível para o frescor das montanhas, onde todas as noites do ano são agradáveis e pedem um cobertor. Troquei a balbúrdia de prédios, trânsito e muitos decibéis acima do que eu gostaria ou deveria ouvir para o canto dos pássaros, árvores, muito verde e um carro aqui, outro lá que passa, de vez em quando, na minha nova rua.
A cidade já era velha conhecida: Teresópolis, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Eu disse velha conhecida? Pois não sabia da missa a metade… Nunca se é velha conhecida quando apenas passamos espaçados finais de semana nas montanhas. E a surpresa não poderia ser das mais agradáveis. Descobri aqui, tão pertinho do Rio de Janeiro, uma cidade de montanha, que eu tanto amo, com um clima infinitamente melhor que o da Cidade Maravilhosa, mais segurança e, o mais incrível, uma constante sensação de estar morando em uma vila no meio dos Alpes!
Ermitage à janela – Já dado o devido desconto da comparação, Teresópolis oferece uma montanha diferente ou, pelo menos, um ângulo diferente de montanhas divinas a cada esquina sem neve, é claro. O recorte da Serra dos Órgãos é para deixar qualquer um maluco montanhista ou não. Mas ela não é única. Aliás, longe disso…
Eu que, infelizmente, não tenho a vista do Dedo de Deus da minha janela, consigo ver o Ermitage, uma montanha que se parece igual a tantas outras, mas com alguns charmes extras: um desnível de mais de 700 metros a se vencer (sim! Um Corcovado em tamanho!), uma parede escalável e uma fonte de água próxima ao seu cume. Como se não bastasse, é atrás dele que nascem o sol e a lua e que, portanto, se põem à sua frente. O sol, neste momento, tinge tudo de amarelos, laranjas e vermelhos. É cena para deixar qualquer um paralisado.
Não desista dos seus sonhos – Quer mais? Por ser uma cidade turística e uma das que mais recebe visitantes, está cheia de hotéis e pousadas charmosas, algumas com a arquitetura típica de vilas alpinas e, por isso mesmo, reforçando a sensação de estarmos fora do Brasil. Mas tudo isso só serve mesmo para lhe dizer uma coisa: não desista dos seus sonhos. Nem deixe para amanhã o que você pode, com certeza, fazer hoje…
Este texto foi escrito por: Helena Artmann
Last modified: maio 22, 2003