Marins sofre com excesso de visitantes. (foto: Silvério Nery)
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, o Webventure aponta quais os impactos causados pelo montanhismo e o que se deve fazer para minimizá-los.
Lenta e gradualmente, alguns apaixonados por montanhismo têm viabilizado projetos com o objetivo de preservar a natureza nas alturas. Coordenado pela Federação de Montanhismo do Estado de São Paulo (Femesp) no ano passado, o programa “Adote uma Montanha” é um dos mais ativos do país.
Através dele foram formados grupos responsáveis por determinadas montanhas. Cabe a esses voluntários cuidar da limpeza, orientação e manutenção da fauna e flora dos locais. Cada grupo é cadastrado e fica com a incumbência de realizar relatórios com fotos sobre a situação de seus picos, explica Silvério Nery, presidente da Femesp.
Dez grupos espalhados pelo estado de São Paulo participam do “Adote uma Montanha”. Mas ainda é pouco diante da popularização que os pontos de escalada vêm sendo submetidos. Essas áreas estão sofrendo com o volume muito grande de gente que circula, conta Silvério.
O caso Marins – O ato de escalar nunca esteve tão na moda quanto atualmente. No entanto, a infra-estrutura para abrigar os praticantes não acompanha tamanha demanda. Nessa equação, o maior derrotado é sempre o meio ambiente.
Foram essas circunstâncias que levaram o Pico dos Marins ao estado em que se encontra hoje, afirma o presidente da Femesp, em referência à montanha próxima a Piquete, no estado de São Paulo. Quem for lá hoje achará o local maravilhoso, mas não se compara ao que era há sete anos, acrescenta. Desmatamento, sujeira e um contingente de pessoas bem acima do viável são algumas das novas características do Marins. Ele nunca mais vai ser o que foi.
A solução para minimizar os impactos ambientais decorrentes da prática de escalada não é uma tarefa fácil. Encontramos muitas dificuldades para fazer funcionar o “Adote uma Montanha”. O fato de ser um trabalho voluntário acarreta em uma série de complicações, admite Silvério.
Nota da redação: recebemos um e-mail do internauta Dourado Neto, de Piquete (SP), onde está situado o Pico dos Marins, mencionado nesta reportagem. Ele informa que “hoje, para subir ao pico, o turista conta com monitores treinados e capacitados, orientando os visitantes a proteger a natureza. Foi também inaugurado um portal de entrada para o pico, além de ter sido asfaltada a estrada que liga Piquete ao bairro dos Marins e ainda calçamento na estrada que liga o bairro dos Marins ao pórtico da montanha.”
Um auxílio na preservação de ambientes outdoor pode ser alcançado através do cumprimento por parte dos escaladores do código desenvolvido pelo Centro Excursionista Universitário (CEU), baseado em princípios de mínimo impacto trabalhados também nos Estados Unidos pela ONG Leave no trace (Não Deixe Rastros).
São eles:
Este texto foi escrito por: Jorge Nicola
Last modified: junho 5, 2003