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Rally dos Sertões ainda mais difícil em 2003 (atualizado)

Redação Webventure/ Offroad

Direto de São Paulo (SP) – Depois de acompanhar o primeiro briefing do Rally dos Sertões 2003, realizado na noite de ontem (10/06), no Teatro da Gazeta, em São Paulo, a maioria dos pilotos presente afirmou que espera por uma das edições mais difíceis do rali em seus 11 anos.

“Pelo briefing, me pareceu mais complexo do que nunca, principalmente no que se refere a terreno”, afirma o piloto Kléver Kolberg, da equipe Petrobras Lubrax, que conquistou o título do Rally dos Sertões em 1997 e 99, na categoria carros. “Nunca podemos ter o briefing como verdade absoluta, mas ele ajuda a traçar um pouco da estratégia”.

Alfredo Yahn, piloto de caminhões da Yahn Racing, ficou impressionado com o grau de dificuldade nos dois primeiros dias de prova. “A notícia ruim ficou por conta desses dias iniciais, que serão muito pesados, principalmente para aqueles que só disputam os Sertões”, opina Alfredo, segundo colocado no nacional de cross-country.

Quanto mais difícil, melhor – Campeão brasileiro na categoria carros em 2002, Reinaldo Varela comemora a elevação da exigência dos Sertões a cada novo rali. “Considero isso uma evolução. Quanto mais dificultar, melhor será para a própria competição, que terá seu nível técnico aumentado”, explica Varela.

O diretor geral do evento, Marcos Ermírio de Moraes, garante que a organização tem por objetivo tornar cada vez mais complexa a vida dos pilotos. “Serão quase 4.300km bastante desgastantes, que exigirão muita navegação e preparo das equipes”, conta Marcos. “A prova terá grandes competições e acredito que estará entre as mais difíceis do mundo”.

O maior evento do off-road brasileiro terá início no dia 23 de junho, em Goiânia (GO), com chegada prevista para 1º de agosto, em São Luís (MA). O Rally dos Sertões tem a cobertura online e oficial do Webventure.

Durante o briefing, o diretor geral da prova, Marcos Ermírio de Moraes, passou informações sobre as nove etapas que serão disputadas por pilotos de carros, motos, quadriciclos e caminhões entre os dias 23 de julho e 1º de agosto.

Abaixo você confere todos os detalhes que poderão ser úteis durante a expedição pelo Rally dos Sertões 2003.

Etapa 1: Goiânia Padre Bernardo
Distância total: 292km
Deslocamento inicial: 145km
Especial: 110km, tipo canastra, com pedras, cascalhos, riachos e trechos de trial
Deslocamento: 37km
Nível técnico: três curecas*

“Nesta noite haverá a etapa Maratona, quando apenas os pilotos poderão fazer a manutenção dos veículos sem a ajuda dos mecânicos. As equipes de apoio deverão seguir de Goiânia direto para Porangatu”, disse Marcos Ermírio.

Etapa 2: Padre Bernardo – Porangatu
Distância total: 597km
Deslocamento inicial: 62km
Especial: 200 km para carros, motos e quadriciclos e 137 km para caminhões.
Característica: pedras de diferentes tamanhos, erosões, rios, lombas e cascalho.
Deslocamento final: 335km
Nível técnico: quatro curecas*

“Será o dia mais longo do rali. No final desta especial terá acesso para o apoio. Este será um dos dias mais importantes da prova devido à dificuldade da etapa cronometrada”, explica Marcos Ermírio.

Etapa 3: Porangatu Palmas
Distância total: 591km
Deslocamento inicial: 14km
Especial 1: 214km em estradinhas de fazenda, com velocidade média alta no início. Os últimos 50km serão bastante travados e estreitos
Deslocamento final: 363km
Nível técnico: duas curecas*

“A navegação será de extrema importância”, adverte Marcos Ermírio.

Etapa 4: Palmas Colinas
Distância total: 465km
Deslocamento inicial: 76km
Especial 1: 100km, com várias surpresas: velocidade média e baixa, lombas, mata-burro e navegação
Deslocamento: 190km
Especial 2: 66km
Deslocamento final: 33km
Nível técnico: três curecas*

“As etapas especiais terão bom nível técnico. As lombadas, apelidades de ‘esfria-saco’, exigem atenção redobrada. As pontes de tora, com grande vão interno, também precisam de cuidados”, disse Marcos Ermírio.

Etapa 5: Colinas Araguaína
Distância total: 213km
Deslocamento inicial: 13km
Especial: 138km em meio à areia e pouca pedra
Deslocamento final: 62km
Nível técnico: duas curecas*

“Os últimos 80 quilômetros da etapa especial será de alta velocidade, com o piso bom. O dia será mais tranquilo, possibilitando que os competidores cheguem mais cedo à Araguaína para providenciar a manutenção dos veículos”, explica Marcos Ermírio.

Etapa 6: Araguaína Carolina
Distância total: 309km
Deslocamento inicial: 41km
Especial 1: 66km de areia, trecho travado, trilhas estreitas, pedras e lombadas.
Nível técnico: três curecas*
Deslocamento: 15km (através de balsa)
Especial 2: 140km de pura areia e navegação no cerrado
Nível técnico: quatro curecas*

““A cidade de Araguaína possui uma boa infra-estrutura, com vôos comerciais. É uma boa opção para deixar ou entrar no rali”, afirma Marcos Ermírio.

Etapa 7: Carolina Barra da Corda
Distância total: 436km
Deslocamento inicial: 230km
Especial: 202km, com todas variáveis, além de muita areia e Deps
Deslocamento final: 4km
Nível técnico: quatro curecas*

“Neste trecho haverá grande reta com aproximadamente 30 quilômetros. Neste ponto os competidores devem bater o recorde de velocidade da competição. Alguns carros devem chegar perto dos 200 quilômetros por hora”, prevê Marcos Ermírio.

Etapa 8 Barra da Corda Barreirinhas
Distância total: 536km
Deslocamento inicial: 228km
Especial 1: 132km, travado de cascalho, com erosões e buracos
Deslocamento: 110km
Especial 2: 66km de erosões, com grande volume de Deps e areia
Deslocamento final: 17km
Nível técnico: quatro curecas*

“Prova extremamente perigosa principalmente na segunda especial, em razão do número excessivo de Deps”, explica Marcos Ermírio.

Etapa 9: Barreirinhas São Luís
Distância total: 366km
Deslocamento inicial: 0km
Especial: 93km, travado de cascalho, com erosões e buracos
Deslocamento final: 276m
Nível técnico: quatro curecas*

Chegada na Praia do Calhau

“Primeiros 30 quilômetros de areia pesada e trilha bem sinuosa e estreita. A navegação será por GPS depois dos 30 quilômetros iniciais lembrando bastante a primeira etapa do Rally Rota Sul, disputado no Rio Grande do Sul, em abril”, explica Marcos Esrmírio.

(*) o número de curecas define o grau de dificuldade da etapa. Sendo assim, uma cureca significa prova tranqüila, duas requer atenção, três pede uma redução na velocidade e quatro indica perigo de vida.

Também durante o briefing, a organização do Rally dos Sertões confirmou diversas datas. A vistoria dos veículos será feita nos dias 21 e 22 de julho, em Goiânia. Também na capital de Goiás ocorrerá o próximo briefing, no dia 22.

O prólogo da prova acontecerá atrás de um shopping, como na edição do ano passado. O circuito de dois quilômetros foi mantido, com rios, rampas e diversas curvas estreitas. A organização, no entanto, promete montá-lo com antecedência, para evitar problemas como em 2002, quando os primeiros a largar tiveram dificuldades com a quantidade excessiva de água.

A festa de encerramento do Rally dos Sertões está marcada para 2 de agosto (sábado), na cidade de São Luís, capital do Maranhão, onde será dada a bandeirada final, após aproximadamente 4.300km.

O rali apresentará em sua 11ª edição uma categoria especial para imprensa, na qual cinco carros equipados e preparados serão fornecidos a jornalistas interessados em participar da expedição.

Segundo Marcos Ermínio de Moraes, diretor geral do Rally dos Sertões, cerca de 160 equipes já garantiram inscrição. A expectativa da organização é que 260 equipes disputem a prova entre os dias 23 de julho e 1º de agosto.

Este texto foi escrito por: Jorge Nicola

Last modified: junho 11, 2003

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