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Palmeirinha se surpreende com a liderança do Sertões

Redação Webventure/ Offroad

A briga pela liderança da prova está mais acirrada depois desta quarta etapa do Rally Internacional dos Sertões, que teve duas especiais, uma com 100 km e outra com 66 km, ambas no estado do Tocantins, entre as cidades de Palmas e Colinas. Ao contrário dos dias anteriores, as especiais deste domingo foram mais rápidas, sendo a primeira de mais navegação e a Segunda de altas velocidades.

Nas motos, José Hélio, que já venceu duas etapas e continua liderando na geral, se segura na frente de Juca Bala, que também já ganhou duas etapas. Nos carros, Palmeirinha e Dico Teixeira assumiram a ponta na geral do rali, mas a dupla da Mitsubishi, Guilherme Spinelli/Marcelo Vívolo está buscando os líderes, somando mais uma vitória (a dupla venceu as etapas de sábado e domingo).

“Os deuses do rali reservam coisas pra gente que a gente se surpreende. O rali é uma caixa de surpresas como o futebol”, disse Paulo Nobre, o Palmeirinha.

O dia foi marcado, mais uma vez, por acidentes com pilotos de motos e quebras e batidas de carros. Em Palmas, 75 motos largaram com destino a Colinas, mas algumas ficaram pelo caminho. Os pilotos Mário Sousa e Raphael Ades caíram, estavam bem, e ambos foram levados para Paraíso do Tocantins.

O português Paulo Marques, vice-campeão do Sertões no ano passado, caiu de moto, que ficou toda danificada. Para conseguir terminar o trecho e não ficar pelo caminho a espera de uma carona, ele pegou emprestada a moto do piloto Mário Sousa, que já tinha sido socorrido.

Mas não foi só o português que pegou carona na etapa deste domingo. O médico Flavio Salem, para atender ao chamado de um carro que havia ficado preso numa ponte (o do piloto Anderson de Souza), pegou um cavalo emprestado de um morador local para não ter que entrar na contramão da prova e assim poder chegar no local. Depois de prestar o atendimento, quem pegou o cavalo emprestado foi justamente o piloto.

“Até que enfim pegaram mais leve hoje. Minha moto correspondeu bastante e acho que só faltou um pouco mais de potência”, disse Juca Bala, que continua na briga pela liderança.

Tiago Fantozzi, que foi campeã do Sertões em 2001, chegou em terceiro nesta etapa e gostou da trilha. “As especiais estão ficando cada vez mais velozes e a galera está mais íntima do Rally”.

“A segunda especial foi só velocidade e valeu para quem tem um motorzão”, disse José Hélio, que continua na liderança e divide as vitórias de etapas com Juca Bala.
A equipe Fiat, que está correndo com dois Dobló, ficou desfalcada. A dupla Luís Tedesco/Gilberto Barricatti abandonou a competição e não largou neste domingo, devido ao péssimo dia de ontem. A homocinética do carro quebrou e eles não tinham a peça para reposição. Da equipe, apenas Cacá Clouset/Jorge Nieckele é que continuam na disputa. Cacá foi um dos três últimos carros a largar na quarta etapa.

Na travessia de uma ponte, um carro perdeu o controle e passou a atrapalhar o caminho, formando uma fila de seis veículos. Para sair da fila, o jeito foi atravessar pelo rio, mas a saída não deu muito certo, pois os carros ficaram atolados no barranco do riacho. Entre eles estava a dupla Édio Füchter/Milton Pereira, uma das grandes favoritas ao título do Sertões. Após uma longa batalha eles conseguiram sair do atoleiro.

A outra dupla do Chevrolet Rally Team, Riamburgo Ximenes/Rogério Almeida teve melhor sorte. Eles conseguiram passar pelo carro que estava travando a ponte e seguiram na frente de todos os outros competidores.

Reinaldo Varela e Edgar Fabre, que largaram em terceiro na etapa deste domingo, tiveram problemas na roda dianteira durante a segunda especial. A Mitsubishi L200 Evolution da dupla teve problemas com a homocinética. “Viemos nos rastejando até aqui”, disse o piloto. “Mas tudo bem, rali é assim mesmo. Um dia você ganha e um dia você perde. Não tem problema”, diz Varela. Quem também se “arrastou” até a chegada foi a dupla da Mitsubishi Racing, Ingo Hoffmann/Alberto Zoffmann.

Mas os problemas de Varela/Fabre não acabaram por aí. A poucos quilômetros da chegada da segunda etapa especial, andando muito devagar, a dupla ainda enfrentou outro problema. Como a roda dianteira direita estava muito torta, o pneu acabou furando. Eles tiveram que perder mais tempo para trocá-lo.

O carro de Gustavo de Albuquerque/Peter Saes tombou numa vala e a dupla Rinaldo Pirro/Deco Muniz, que foi o último a largar entre os carros na etapa cronometrada, bateu com seu Troller numa árvore, quebrou o eixo e arrancou uma das rodas e foi guinchado.

Dos sete caminhões que largaram de Goiânia no último dia 24, apenas cinco saíram para a etapa deste domingo. São eles: André Azevedo; Ricardo Domingues; Alfredo Yahn; Carlos Salvini e Luiz Antonio. Luciano Cunha, vice-campeão no ano passado, não alinhou seu caminhão para a quarta etapa.

Amanhã, ainda pelas trilhas do Tocantins, os competidores vão percorrer um trajeto de 213 km, entre as cidades de Colinas e Araguaína. A especial será de 138km.

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: julho 28, 2003

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