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Ricardo Medeiros, o maratonista do Sertões

Redação Webventure/ Offroad

Ricardo Medeiros: maranhense chega ao topo na Marathon. (foto: Luciana de Oliveira / www.webventure.com.br)
Ricardo Medeiros: maranhense chega ao topo na Marathon. (foto: Luciana de Oliveira / www.webventure.com.br)

Direto de São Luís (MA) – Um piloto “da casa” fez a festa hoje na chegada do Rally dos Sertões à capital cearense: Ricardo Medeiros venceu a categoria Motos Marathon. Trata-se de uma classe bastante limitada. Ele mesmo explica: “a categoria é para motos nacionais até 600 cilindradas. Você pode fazer alterações como pneus, guidão, tanque, escapamento, mas não pode mexer no motor da moto nem nas características externas como trocar pedaleira, altura de assento, coisas que mudam as originalidade da moto. Se bater o motor ou quebrar o chassi, você está fora. Então, você tem que poupar o equipamento.”

Concluir uma prova cheia de armadilhas como esta edição do Rally, marcada inclusive por diversos tombos e alguns acidentes com competidores de moto, soa como uma façanha. “Mas é mais fácil dominar esse tipo de moto. As motos com mais de 600cc, mais potentes, exigem mais energia para dominá-las. O máximo que eu atinjo com a minha é 120km/h contra 170 km/h que já teve gente alcançando com outras motos. Ou seja, você chega ao final bem mais inteiro”, observa o piloto de uma Honda Tornado 250cc. “Eu tive dois tombos, mas leves. Quando eu vejo que tem um ponto mais difícil, eu tiro a mão.”

Esta é a segunda participação de Medeiros no Sertões. Em 2001, ele ficou em segundo na mesma categoria. “Neste ano vim mais bem preparado e conhecendo a prova. Até a antepenúltima etapa tentei ficar entre os 10 primeiros na geral, mas depois resolvi me dedicar ao objetivo principal: vencer na Marathon e chegar bem a São Luís”, conta.

Ricardo largou para esta etapa final do Rally com três horas de vantagem na liderança. Mas tanta folga não quer dizer que o Rally foi moleza para ele. O momento mais difícil? “Na terceira etapa, os raios da roda dianteira quebraram. Andou 360 km com a roda faltando oito raios. Ao chegar a Palmas, a roda quebrou de vez e ele teve de andar a 20 km/h e só chegou à cidade faltando 20 minutos para estourar o tempo-limite. Foi um risco muito grande. E um milagre chegar em tempo”, narra.

O piloto espera agora que a categoria tenha mais concorrentes no ano que vem – em 2003 houve 11 inscritos. “A Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM), para o próximo ano, estuda uma forma de facilitar a entrada na Marathon de outras motos, como a RMX 250cc, XR 400cc que hoje estão na Production -, que não têm como competir com as KTM, Husqvarna 570…. Faria uma Marathon nacional e uma importada. Tem muito endurista, trilheiro de fim de semana que têm essas motos e não entram no rali porque não vão competir com as motos grandes. Acredito que quando mais gente, mais bonita é a festa.”

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira / Webventure

Last modified: agosto 2, 2003

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