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Na Rota do Rally Paris-Dakar 2002: Areia ou Pedra

Redação Webventure/ Parceiros

Após a travessia do Marrocos, estamos na Mauritânia, mais conhecida como “reinado do vento” ou “inferno da Mauritânia”. Este país islâmico ganhou esta reputação devido às suas constantes tempestades de areia e a areia fofa presente não só nas dunas, mas em toda parte.

Após um ano de trabalho e preparação, os concorrentes chegam literalmente sedentos por dificuldades, mas rapidamente o deserto entrega uma overdose de problemas que faz iniciar uma série de reclamações, uma espécie de saudade de casa. É a poeira, a comida ruim, a falta de banho, as horas mal dormidas, o frio, o calor, o excesso de perigo e velocidade, a concorrência que está desleal (muito forte) e mais mil razões.

Mas a reclamação mais freqüente nos primeiros dias, no Marrocos, é a quantidade de pedras e o estrago que elas resultam. Pedras, ou melhor, o mar de pedras destrói os veículos, estraga as suspensões, fura centenas de pneus, quebra os veículos e arrebenta os motociclistas e são centenas de fraturas. Nesta hora muitos começam a falar que não esperam a hora de sair do Marrocos e chegar na dunas da Mauritânia…

Pois aqui estamos, e com as dunas e areia fofa começam as atoladas, as capotagens, o superaquecimento do motor, as quebras, os desesperos, os abandonos, e mais cedo do que se imagina, muita gente começa a ter saudades das pedras. Ninguém sabe o que é pior.

Mas logo vem a resposta. Afinal aqui é o inferno da Mauritânia, onde a areia fofa também está cheia de pedras, que nesta condição parecem verdadeiros ímãs, já que na areia perdemos a dirigibilidade. Então desviamos de uma pedra e acabamos acertando a outra. É inevitável. Muitas vezes temos de decidir em que pedra vamos bater, qual deve causar menor dano.

O mais impressionante é a velocidade com que tudo isso acontece e o número pequeno de abandonos. Os carros, motos e caminhões são muito resistentes, para não falar dos pneus. E nosso anjo da guarda é grande. Um gigante!

E-mail: parisdakar@parisdakar.com.br
Site oficial: www.parisdakar.com.br

Klever Kolberg, 39, é piloto da Equipe Petrobras Lubrax e participa do rali Paris-Dakar há 15 anos.

A Equipe Petrobras Lubrax tem patrocínio da Petrobras, BR Distribuidora, Mitsubishi Motors do Brasil, Pirelli e Eletronet, e apoio das Concessionárias Honda, VAZ Sprockets Chains, Carwin Acessórios, Controlsat Monitoramento de Frotas Via Satélite (Grupo Schahin), Iveco, Minoica Global Logistics, Mitsubishi Brabus, Planac Informática, Nera Telecomunicações, Telenor, Dakar Promoções, Kaerre, Capacetes Bieffe, Lico Motorsports, Vista Criações Gráficas e Webventure.

Este texto foi escrito por: Klever Kolberg, da Equipe Petrobras Lubrax, em Atar na Mauritânia

Last modified: janeiro 7, 2002

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