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Após acidente, visitas ao Petar terão de ser agendadas

Redação Webventure/ Destino Aventura, Outros

Petar recebe cerca de 3 mil visitantes ao mês. (foto: Arquivo Destino Aventura)
Petar recebe cerca de 3 mil visitantes ao mês. (foto: Arquivo Destino Aventura)

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Um acidente fatal no último domingo (26/10) levou ao fechamento temporário do Parque Estadual Turístico Alto do Ribeira (Petar) aos visitantes, determinado há dois dias. A visitação será retomada neste fim de semana, mas somente com agendamento prévio, segundo afirmou hoje, em entrevista ao Webventure, o diretor da Divisão de Reservas e Parques Estaduais do Instituto Florestal, Luís Roberto Camargo. Famoso por suas cavernas, mais de 300, o local é um dos destinos de ecoturismo mais procurados no estado.

Foi o segundo acidente com morte na história do Petar. Conforme as informações recebidas por Camargo, um morador de Apiaí, cidade no entorno do parque, estava no Petar no domingo, com amigos. “Eles passaram pela portaria e receberam as orientações que normalmente são dadas aos visitantes. Como não iam para trilha ou caverna, não precisavam estar acompanhados de monitor”, diz Camargo.

O grupo fazia um churrasco próximo da piscina natural formada por um rio. Esse visitante teria entrado no rio com uma bóia improvisada e descido uma corredeira, e acabou se afogando. Há notícias de que ele estaria alcoolizado.

Retrospecto – Foi o segundo acidente com morte na história do Petar, um parque com 35.712 hectares e 12 vigias no quadro de funcionários. O primeiro acidente fatal ocorreu também neste ano, durante o Carnaval, mas em circunstâncias diferentes. Um monitor cadastrado pelo parque acompanhava um grupo quando, quase ao fim da travessia da caverna Casa de Pedra, considerada uma das mais técnicas, foi surpreendido por uma tromba d´água. Esse monitor e um turista morreram.

“É difícil julgar se houve imprudência naquele caso. O que posso afirmar é que o monitor era considerado por todos nós como um dos mais experientes”, diz Camargo. “Após esses dois episódios decidimos pela interdição temporária como uma ação emergencial para tomarmos pé do que podia ser feito.”

Os monitores ambientais hoje cadastrados no Petar para acompanhar os visitantes são moradores locais que passaram por um curso ministrado por funcionários do Instituto Florestal e “convidados”, com base no Anexo 2 da Resolução da Secretaria do Meio Ambiente, de São Paulo, à qual o IF é subordinado. Ali se prevê uma grade curricular mínima para a capacitação de monitores ambientais, com carga horária total de 100 horas de aulas e 120 de estágio.

Na mesma Resolução (clique aqui para lê-la na íntegra) também está previsto que “as atividades guiadas deverão ser desenvolvidas por pessoal especializado (…), sejam funcionários da Unidade de Conservação ou do seu órgão administrador, sejam monitores ambientais ou outros credenciados”. Camargo confirma que pessoas que não tenham passado especificamente pelo curso de formação de monitor ambiental do IF também poderiam se credenciar para levar os grupos às UCs. Mas na Resolução não existem os pré-requisitos para esse credenciamento.

Outros credenciados – “Não está definida a formação mínima que a pessoa deve ter para se candidatar ao credenciamento sem antes passar pelo nosso curso. Por isso temos um grupo de estudo, reaberto após o primeiro acidente no Petar, na Casa de Pedra, que está formulando um adendo à Resolução para apresentá-lo à Secretaria, com os pré-requisitos a todos os que quiserem se cadastrar”, conta o diretor da DRPE. A Divisão é responsável por outros 20 parques estaduais, entre eles Cantareira, Jaraguá e Ilha do Cardoso.

Em breve o IF deverá selecionar novas turmas de monitores. “Vamos divulgar bastante isso e dividiremos proporcionalmente essa turma, dando parte das oportunidades a moradores locais, que fariam o curso de formação, e parte a interessados em terem seus currículos analisados”, diz Camargo. “Não podemos só depender da nossa formação de monitores, pois esses cursos têm custo e demandam bastante tempo de trabalho do IF.”

Reavaliação dos cadastrados – Além de novos monitores, o diretor diz que aqueles que já estão cadastrados deverão ser reavaliados e que, se a conduta não for condizente com a atividade por eles desempenhada, poderão ter até suas credenciais cassadas.

“Agora possivelmente teremos monitores também nas áreas abertas”, diz Camargo. “A idéia é controlar mais. Não criamos nenhuma outra restrição como o limite de visitantes/dia. Vamos observar os primeiros resultados para ver o que mais será necessário”, finaliza Camargo. De acordo a administração do Petar, o parque recebe uma média de 500 pessoas por fim de semana, e 3 mil ao mês. Cada visitante paga uma taxa de 3 Reais para entrar. Os telefones de informações sobre o Petar são (15) 3552-1875 / 3552-4227.

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Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: outubro 31, 2003

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