Equipe médica atende o atleta André Sá. (foto: Camila Christianini/ www.webventure.com.br)
Direto de Ituberá (BA) – Para ser atleta de corrida de aventura não basta correr, pedalar, escalar, remar. É imprescindível ter coragem e força de vontade para todas as horas, seja quando tudo dá certo ou quando começa a dar tudo errado.
Um exemplo disso é o atleta André Sá, da equipes carioca Xavante Mundo Terra. Logo na largada, com menos de dois minutos de partida, a canoa caiçara do time virou por conta do forte vento provocado pelo helicóptero da organização que sobrevoava o local muito baixo. A equipe ficou cerca de 20 minutos tentando desvirar a canoa e, quando conseguiu, seguiu forte, até ultrapassar mais de 30 equipes em 32, 5 km.
Ficamos muitos chateados, porque somos uma equipe de quatro remadores e esperávamos terminar o trecho de canoagem entre as cinco primeiras equipes, desabafou o atleta.
Nos últimos metros da canoagem os competidores tiveram que descer da canoa e puxá-la, até chegar na área de transição para o trekking, também válido como o segundo posto de controle. E se já não bastasse o tombo no começo da prova, André foi mordido por um caranguejo ao empurrar a canoa, o que lhe rendeu quatro pontos na lateral do pé direito.
Estava empurrando a embarcação quando senti algo travar no meu pé. Continuei andando até não dar mais. Botei a mão e arranquei um caranguejo que estava fincado em mim, contou. Coragem não falta para o carioca que tirou o gesso do joelho há três dias para vir correr.
Corrida de aventura é provação, é assim mesmo. Agora tenho que administrar quatro pontos no pé em um trekking de 60 km, disse André, animado, deixando o posto médico para seguir na prova.
Mas, infelizmente, o atleta desistiu de continuar na prova durante a etapa de trekking. Sua equipe continua na competição, mesmo sem ele.
Este texto foi escrito por: Camila Christianini
Last modified: outubro 19, 2004