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Pedalada com os Sêniors Bororós

Redação Webventure/ Biking, Destino Aventura, Expedições

Linda Mata Atlântica (foto: Arquivo Pessoal)
Linda Mata Atlântica (foto: Arquivo Pessoal)

Nesta coluna, Fabio Zander fala de sua última pedalada em grupo, de Salesópolis até Caraguatatuba (SP), e também pela Cordilheira dos Andes; fazendo uma reflexão sobre o companherismo no turismo sobre duas rodas.

Êta segunda-feira brava! Escrevo parte desta coluna no escritório, depois de uma bela pedalada neste fim de semana entre Salesópolis e Caraguatatuba, pela Estrada da Petrobrás. Percorri a estrada pela terceira vez e desta vez fui como convidado do Grupo Escoteiro Bororós, especificamente dos sêniors do Grupo Escoteiro Bororós, ramo dos jovens entre 15 e 17 anos, do qual eu também já participei.

Já estava na hora de diminuir a “pança” e aumentar as atividades com a bicicleta, a fim de também me preparar fisicamente para a próxima viagem em meados de abril e maio de 2005. Mais detalhes referente a futura viagem nas próximas colunas e no meu site.

A pedalada iniciou-se no sábado ao meio dia, após curta viagem de trem entre São Paulo e Mogi das Cruzes de onde pegamos ônibus a Salesópolis, o local em que nossas bicicletas nos esperavam, trazidas por dois carros de apoio. Éramos onze pessoas. Já fazia um bom tempo que não pedalava em grupo e isso me fez relembrar das inúmeras vantagens que isto traz, começando pela curtição de poder dividir as sensações durante a pedalada e poder trocar idéias e impressões.

No início nos adaptamos fisicamente com as diversas subidas que existem pelo caminho, que pode ser feito em um dia. Optamos em passar uma noite em plena Serra do Mar e curtir a natureza.

Mesmo com alguns contratempos mecânicos, o final de semana foi ótimo e os problemas acabaram sendo motivos de união e piadas entre os participantes. Percorremos os 80 quilômetros de Salesópolis até a rodoviária de Caraguatatuba no litoral norte paulista de onde voltamos a São Paulo. A pedalada exige bastante fisicamente e a planilha pode ser encontrada no Guia de Trilhas do Guilherme Cavallari.

Outro momento de companheirismo me fez lembrar do Desafio nos Andes entre 1999 e 2000. Foram 1200 quilômetros percorridos em 25 dias, com mais dois amigos cicloturistas e escoteiros do mesmo Grupo Escoteiro Bororós, Cezar Cattani e Mauricio Estevez. O objetivo alcançado com sucesso foi sair do Oceano Pacífico, da cidade de Puerto Montt, no Chile e chegar ao Oceano Atlântico na Península Valdés, Argentina.

Esta travessia pelo continente sul-americano de oceano a oceano, teve a Cordilheira dos Andes como grande obstáculo para o trio de cicloturistas, mas foi transposto com sucesso. Após a escalada dos Andes, enfrentamos os fortes ventos laterais (e contra) na seca estepe patagônica. Calor forte durante o dia e noites bastante frias. Pernoitamos em barraca, preparando nossas próprias refeições.

Havia momentos em que cada um pedalava com seus próprios pensamentos, em silêncio e com uma pequena distância um do outro. Eram momentos de reflexão e auto-conhecimento. O trabalho em equipe funcionava muito bem entre nós, todos tinham uma função, sabendo que um dependia do outro para o sucesso da empreitada.

Para mim, Desafio nos Andes, foi uma pedalada que definiu a continuidade das minhas viagens de bicicleta, ensinando-me sobre o relacionamento com outras pessoas, que envolve altos e baixos. Cheguei a conclusão de que acima de tudo deve haver respeito.

Como minha última coluna foi bastante comentada pelos internautas e de certa forma meio polêmica, vou esclarecer algumas dúvidas. Nos dias atuais a descida de bicicleta pela Estrada Velha de Santos, infelizmente não é permitida e o uso do estacionamento do Pólo é proibido e de uso exclusivo aos seus visitantes, que devem fazer agendamento prévio.

Proponho conversas com a Controladoria da Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, que é administradora/gestora do “Pólo Ecoturístico Caminhos do Mar” e que entrou em contato comigo, para trocarmos idéias sobre uma eventual liberação da Estrada Velha para a descida de bicicletas, pois este é um dos meios de transportes que menos agride a fauna e a flora de uma região.
Caros internautas, acessem o site www.fphesp.org.br. Liguem, enviem e-mails, dêem suas opiniões a respeito.

Quero lembrá-los mais uma vez de que a trilha que pedalei até Paranapiacaba foi retirada do Guia de Trilhas escrito pelo Guilherme Cavallari (www.vianatura.com.br).

Boas pedaladas!

Este texto foi escrito por: Fabio Zander

Last modified: dezembro 1, 2004

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