André Azevedo acredita em maior competição com o limite de 150km/h na velocidade (foto: Divulgação/ Equipe Petrobras Lubrax)
Confiança é a palavra que marca a equipe brasileira Petrobras/Lubrax, que terá representantes nas categorias Carros, Motos e Caminhões do Dakar 2005. Esse sentimento foi demonstrado por todos os integrantes do time na manhã desta terça-feira (30/11), em São Paulo, durante a apresentação das novidades para a maior prova off-road do mundo.
Estamos indo para as cabeças nesse Dakar, garante o piloto Klever Kolberg, que dividirá mais uma vez com o navegador Lourival Roldan o carro da equipe. Além deles, a Petrobras/Lubrax terá Jean Azevedo nas motos e André Azevedo e Luiz Azevedo nos caminhões.
O embarque dos brasileiros para Barcelona, local da largada para a edição de 2005, está marcado para o dia 25 de dezembro as atividades começam no dia 31, com o prólogo e a primeira especial, na cidade catalã.
Nosso objetivo é conquistar pódio nos caminhões, ficar entre os cinco nos carros e ter o Jean no pódio das motos, resume Klever, esbanjando otimismo e esperança no sucesso do time. Na edição deste ano, por exemplo, Klever e Lourival terminaram em 11º lugar, Jean foi 14º e André foi sexto.
Quase todos os olhos da Petrobras/Lubrax para o Dakar 2005 estarão voltados para o Mitsubishi Pajero Full 3.8 V6 que será pilotado por Klever Kolberg e Lourival Roldan. Desenvolvido pela Ralliart, na Alemanha, o carro é a galinha dos ovos de ouro.
A dupla brasileira será a única não pertencente à Ralliart a dirigir o veículo da montadora alemã. Para nós será uma grande honra, um verdadeiro privilégio, pilotar esse carro, que é de longe o mais forte que já tivemos, avalia Lourival Roldan.
Entre as novidades da Pajero Full estão: motor a gasolina, 260 HP de potência, motor deslocado (possibilitando um equilíbrio de peso muito maior), é mais leve quase 200 quilos, câmbio seqüencial, chassi tubular e carroceria em fibra de carbono. Há ainda os pneus Pirelli Scorpion Rally, com três anos de desenvolvimento.
Muito piloto de fábrica vai ter que nos engolir, brinca Klever. Se com o carro a diesel muitos já ficaram para trás, imagina agora com toda essa evolução, acrescenta o piloto gaúcho, extremamente entusiasmado com o investimento feito.
Para evitar os problemas que enfrentou no Paris-Dakar deste ano, principalmente em relação à confiabilidade, o piloto Jean Azevedo levará do Brasil os dois motores que irá utilizar em sua moto KTM 700 entre Barcelona, na Espanha, e Dakar, no Senegal.
Teremos dois motores, bem mais confiáveis, porque fomos nós que o desenvolvemos por aqui, explica Jean. Um dos motores é novo mas já está bem amaciado. Já o outro, que ficará na reserva, tem um pouco mais de rodagem e está ótimo, completa.
Em 2004, o piloto teve um início de prova bastante difícil, em função de um vazamento do motor. Acabamos tendo diversos problemas e complicamos toda nossa caminhada, relembra. Jean ainda estará livre de outro mal que lhe atrapalhou demais entre Paris e Dakar.
Estou recuperado das dores no ombro e posso dizer que estou perto dos 100% na parte física, garante o brasileiro, quinto colocado no Dakar de 2003. Nesse mesmo ano, em função de um acidente durante o Rally dos Sertões, ele teve de ser operado e sentiu dores ao longo de todo o Dakar 2004.
Uma alteração no regulamento do Dakar 2005, que estabelece um limite na velocidade final dos caminhões, é a grande esperança do brasileiro André Azevedo, que pilotará o Tatra 815. A decisão foi tomada por motivos de segurança. A intenção é evitar acidentes graves, conta André.
A tendência diante da nova regulamentação é que as equipes Kamaz e DAF não tenham mais vantagens como em outros tempos. A gente tinha como velocidade final no nosso Tatra algo em torno de 165km/h. Já eles alcançavam até 180km/h, revela o brasileiro.
André Azevedo também acredita que tal novidade irá tornar mais equilibrada a prova para os caminhões. Em 2005, serão 69, seis a mais que na edição deste ano. Isso tudo vai achatar a pirâmide que diferencia os veículos de ponta dos demais.
Este texto foi escrito por: Jorge Nicola e Cris Degani
Last modified: novembro 30, 2004