Comandantes afirmam que as velas serão decisivas para a vitória na Volvo (foto: Divulgação/ VOR)
Velas podem ser como um recém-nascido: os tripulantes ABN AMRO têm que dormir ao lado das velas e tomar conta delas frequentemente durante a noite.
Imagine ser acordado diversas vezes durante a noite para mover seu corpo e as velas para barlavento (lado de onde o vento sopra), pois o peso precisa ir para o lado do barco que está levantado da água por obra da força do vento.
Sidney Gavignet é Helmsman Trimmer (Timoneiro/responsável pelo ajuste de velas) no ABN AMRO I o que quer dizer que tem um conhecimento íntimo de velas e vento. Como o casco foi projetado para uma determinada distribuição de peso, dependendo da velocidade do vento temos que mudar tudo Isso significa acordar, mesmo no meio da mais profunda exaustão, quantas vezes forem necessárias para mudar as velas de posição. Além disso, existem os momentos em que diferentes velas precisam ser usadas, o que aumenta o trabalho e a arrumação.
Sidney disse que todas as vezes que o barco tem que mudar o seu centro de gravidade para pegar mais vento, ou você tem que movimentar suas velas um bocado. É tanto equipamento que a gente coloca tudo no convés e leva para baixo outra vez.
O ajuste das velas As velas mandam na vida a bordo. E não existe ninguém mais qualificado para senti-las do que o timoneiro. Alguém que precisa ser como um mestre Zen, que se incorpore às velas e como elas podem melhor guiar o barco.
O timoneiro trabalha muito próximo ao Comandante e ao Timoneiro para decidir como as velas podem ser melhor usadas para gerar velocidade máxima nos diferentes momentos. Um timoneiro precisa sentir por instinto o que as velas podem gerar, muitas vezes apesar daquilo que os computadores estão dizendo.
Na Volvo Ocean Race deste ano, cada barco tem um número limitado de velas que pode levar a bordo. Isso quer dizer que sua durabilidade e eficiência nunca foram tão importantes. Se o tempo está ruim você precisa tomar cuidado para não perder uma vela. Isso pode ser bem doloroso perto do final da prova já que temos direito a apenas 24 velas disse Sidney. Cada vela pode custar até 40 mil Euros e representa um enorme investimento para o barco e sua tripulação.
As velas são as asas do barco: sem elas estamos literalmente parados na água. Fazer velas fortes, mas leves, pode fazer toda a diferença.
As velas usadas pelo Team ABN AMRO representam o ápice de um longo processo de projeto. Na verdade o projeto de uma vela nunca termina. Uma vela está sempre sofrendo melhorias baseadas na sua performance a bordo em determinados tipos de ventos e circunstâncias de tempo.
Longe de estar cansado de todas essas mudanças , o projetista Henrik Soederlund adora o processo de evolução das velas de um barco. É ótimo ser capaz de ir aperfeiçoando as velas a medida em que o treinamento continua
Matt Smeaton e seu companheiro na fabricação das velas dos ABN AMRO I e II, Jean-Martin Grisar cuidam de enormes máquinas de costura no galpão da base da equipe. Eles trabalham em contato permanente com os tripulantes e com Henrik em um processo contínuo de aperfeiçoamento das velas, antes da largada da regata.
Henrik já disse que depois de um dia de teste no campo, a tripulação volta com idéias sobre as velas e então voltamos ao galpão e passamos as observações para o projetista. Trabalhamos juntos em busca de uma vela que seja perfeita na primeira vez que é usada no barco.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: abril 15, 2005
