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Diário de Porto 24 – Quanto mais vela melhor

Redação Webventure/ Vela

Tyco no Rio de Janeiro em 2002 (foto: Richard Tomlinson)
Tyco no Rio de Janeiro em 2002 (foto: Richard Tomlinson)

As estratégias de preparação das diferentes equipes para a Volvo Ocean Race seguem caminhos distintos. Para o pessoal do TEAM ABN AMRO é uma questão de “quanto mais velejar melhor” e é assim que nos próximos 55 dias as equipes dos dois barcos estão envolvidas em diversas provas de oceano. Veja aqui no Diário de Porto de hoje um resumo do que está planejado.

Rolex Transatlantic Challenge Largada dia 21 de maio, sábado: As 10 horas da manhã, horário de Nova Iorque, começa a regata que termina no Point Lizard na costa inglesa. Serão 20 maxi-boats dos mais diferentes tamanhos e configurações, tripulados por velejadores experientes que se lançam em busca de comemorar e bater o recorde da travessia estabelecido por Charlie Barr e seu Atlantic há 100 anos atrás.

Todos de olho no tempo de 12 dias, 4 horas 1 minuto e 19 segundos do recorde original de 1905. A esperança é de que muitos sejam bem mais rápidos, principalmente o Mari-Cha IV (141 pés, dois mastros, quilha basculante) com Mike Sanderson como skipper e mais 3 tripulantes do ABN AMRO 1 para a Volvo Ocean Race a bordo, que detém o recorde da travessia em 6 dias e 17 horas, o principal favorito da prova.

Como funciona o recorde? – E é o próprio Mike que explica a diferença e o significado entre os dois recordes que são administrados e controlados pela ISAF World Sailing Speed Record Council (WSSRC). “No caso da Rolex Transatlantic Challenge” ao contrário do recorde entre os dois pontos, não podemos escolher a hora ou o dia de partida para aproveitar melhor a meteorologia e parece que tem um anti-ciclone bem instalado na primeira parte do percurso, fazer uma previsão. Mas o recorde de distância percorrido em 24 horas por barcos monocasco com tripulação completa, que era do Mari-Cha IV (batido recentemente pelo VOR 70 Telefónica Movistar) podem ter certeza de que vamos atrás dele outra vez. E se não for desta vez, ainda temos a viagem de volta para a Europa com o nosso ABN AMRO 1 no próximo mês”.

Um esportista feliz “Mais do que tudo para mim é uma honra poder estar no comando de barcos tão especiais e com equipes tão competentes e bem entrosadas como essas” completou Mike. Quanto aos adversários, entre eles o Leopard of London (98 pés), o Carrera (81 pés), o Seleni (80 pés) a maior ameaça parece vir do novo Maximus de 100 pés projetado por Greg Elliott que fez parte da equipe (entre eles o próprio Sanderson) que projetou o Mari-Cha IV.

“Não quero fazer nenhum julgamento antecipado tem muita gente boa e capaz competindo, nós somos um deles e não vejo melhor maneira de fazer uma boa preparação para a Volvo Ocean Race” acrescentou um Mike decididamente feliz com as suas próximas aventuras.

Largada dia 22, domingo às 14:30 hora da França, é a vez da Calais Round the Britain Race. Uma volta completa de 1800 milhas náuticas, no sentido horário, em torno das ilhas britânicas. É a segunda edição de uma prova que usa os barcos da classe Open 60, barcos originalmente projetados para navegar com apenas uma pessoa a bordo, vão competir com uma tripulação total de 5 pessoas.

São 7 barcos inscritos, entre eles o Pindar Alphagraphics, usado pelo TEAM ABN AMRO no processo de seleção de seus 8 jovens tripulantes vindos de todo o Mundo e que competirão na Volvo Ocean Race a bordo do ABN AMRO 2. A bordo do Pindar Alphagraphics nesta prova Sébastien Josse o ‘Jojo’, Simon Fischer o SiFi e Nick Bice, respectivamente skipper, navegador e trimmer do ABN AMRO 2 na Volvo Ocean Race. Comandados pela britânica Emma Rihards vão medir forças com o 2º e o 3º colocados (respectivamente Bonduelle de Jean Le Cm e Ecover the Mike Golding) na última Vendée Globe a prova de volta ao Mundo em solitário.

Um recorde aqui também – Na verdade, dois são os recordes que poderão ser batidos nesta prova o da volta total que atualmente está em 9 dias, 9 horas e 48 minutos e o do trecho Dover na Inglaterra (onde foi colocada uma bóia de passagem obrigatória) até Calais que tem o recorde para barcos monocasco de 1h 18’ 50”.

Calais de velas enfunadas – “Fornecedora Oficial” da largada e da chegada, a cidade de Calais no noroeste da França, serve de base para um giro pelo arquipélago britânico que promete muito em termos de navegaçãp. Canal da Mancha, Mar da Irlanda, Ilhas Hébridas e as ilhas Shetland no extremo norte do ‘circuito’ (curiosamente situadas mais próximas do Pólo Norte do que o Cabo Horn está do Pólo Su) na volta Mar do Norte, a Costa Leste da Inglaterra até voltar ao Canal da Mancha.

Durante todo o percurso os barcos vão encontrar uma variedade enorme de mares e de ventos. Em resumo, um treino perfeito para entrosar ainda mais parte da equipe e colocar à prova as experiências de navegação.

Largada dia 5 de junho em Marselha (Ponta Vermelha) para um percurso de 4500 milhas entre a cidade francesa e o Congo (Ponta Negra), situado na costa oeste africana. Uma réplica, em parte da primeira etapa da Volvo Ocean Race. Sete barcos no total e entre eles o Tyco um 60 pés da última edição da Volvo Ocean Race de 2001-2002. A bordo toda a tripulação do ABN AMRO 2, pronta para testar rotinas, velas, táticas, navegação e entrosamento.

Semana de Vela de Ilhabela Um total de 5 regatas com largadas nos dias 9, 13, 14, 15 e 16. A primeira e maior delas é a Ilhabela-Aqruipélago de Alcatrazes-Ilhabela que dá inicio ao maior evento de vela do Brasil. Mais uma vez toda a equipe do barco ABN ANRO 2 estará competindo junta, desta vez a bordo do ABN AMRO Neptunus Express, em busca de mais

Pensando automaticamente – Como em tudo que fazemos na vida, dirigir automóveis, pilotar aviões, treinar cobrança de faltas, operar máquinas e assim por diante, é a repetição a parte mais importante do processo. Só com a automação dos movimentos, das reações e com a rápida interpretação e análise dos fatos para interação imediata é que conseguimos atingir marcas melhores, suplantar situações e aproveitar melhor, com mais prazer, o que estamos fazendo.

Filosofia de trabalho – Foi pensando assim que o TEAM BAN AMRO montou sua estratégia de e treinamento para a regata mais difícil do Mundo a Volvo Ocean Race. É assim com paciência, método, respeito e dedicação que se pode garantir que está se fazendo mais que o possível.

Ligado no Diário de Porto – Fiquem ligados aqui no Diário de Porto que vai passar diariamente as informações do desenrolar das regatas e de tudo que diz respeito a elas. Afinal, também neste caso não existe treinamento melhor para a Volvo Ocean Race.

Este texto foi escrito por: Carlos Lua, correspondente do TEAM ABN Amro

Last modified: maio 20, 2005

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