Equipes profissionais também fazem provas para iniciantes. (foto: Tico Utiyama)
Um dos motivos para o crescimento do mercado de esportes de aventura no país foi o surgimento, cada vez mais acelerado, das corridas de aventura de curta duração, as chamadas prova para iniciantes. Mas, será que uma competição de 50 km é ideal para uma pessoa que quer começar a competir?
Quem seria esse iniciante que as provas procuram? Seria um atleta de academia que quer unir a natureza à prática esportiva ou aventureiros que querem percorrer lindas paisagens mas sem dar muita importância para o treinamento físico?
O atleta pode ser iniciante nas técnicas de mountain bike, canoagem e navegação, mas ele tem que ter uma base esportiva; não pode ser considerado fisicamente um iniciante, alerta a Dra Laíra Campello, médica de diversas competições de aventura.
Além do mais, as equipes experientes sempre competem nas provas pequenas que servem como treinamento para as competições mais longas e as chances de atletas iniciantes vencerem são praticamente nulas.
Isso acontece porque as equipes de ponta estão participando pelo prêmio, que é muito bom (dependendo da prova). Nessas, os organizadores precisam dificultar mais para aumentar o grau técnico, justamente porque as equipes de ponta estão correndo, e então os iniciantes sofrem um pouco, avisa a atleta profissional Marina Verdini, da equipe Mitsubishi Salomon Quasar Lontra, considerada uma das melhores do país.
Mas o problema é saber se o atleta já está ou não em condições de enfrentar uma corrida de aventura, mesmo que curta. O chamariz de que é uma prova para iniciantes pode passar a impressão de que o esporte é extremamente fácil. Mas não é bem assim.
Muitas pessoas vão para a prova subestimando o tamanho do perrengue, e aí as conseqüências podem ser nem sempre tão agradáveis, como tendinites, luxações, e até fraturas em alguns poucos casos. O anjo da guarda do corredor de aventura está mais cansado que a gente, completa Marina.
Saiba o que algumas corridas de aventura curtas oferecem para quem está começando no esporte e não se assuste na hora que decidir experimentar uma delas e achar que está em um verdadeiro Eco-Challenge:
Ecomotion (SP) – A Natura Kaiak Short Adventure tem em média 50 km e algumas preocupações com os atletas de primeira viagem. O ideal é que o percurso da prova não apresente uma grande diferença de altitude, o que provoca um desgaste maior nos competidores e as trilhas utilizadas devem estar já bem abertas e de fácil reconhecimento, explica Silvia Aiach, organizadora da competição, ao lado de Said Aiach. É dada atenção também para a formação das equipes. Para facilitar as nossas provas para iniciantes são disputadas por duplas. Não é fácil encontrar três ou quatro pessoas que tenham mais ou menos o mesmo perfil, acredita Silvia.
Carioca Adventure (RJ) – A prova tem entre 30 e 40 km de percurso e, segundo o organizador Miro Mendonça, diversos pontos são abordados para não assustar o atleta iniciante. A navegação é um pouco mais simples e as técnicas verticais são opcionais. Além disso, são colocados mais postos de controle no trajeto e há a presença da equipe de apoio, para que o iniciante se sinta mais seguro.
Adventure Camp (SP) – O Adventure Camp fornece aos atletas uma preparação para a primeira aventura paralela a corrida, no sábado, dia antes da competição. Há uma palestra ministrada por profissionais de aventura e clínicas especializadas de cada modalidade para melhorar o desempenho na corrida do domingo., explica Sérgio Zolino, organizador do evento.
Kaluanã (PA) – A Kaluanã trabalha de uma forma diferente. O percurso é curto, variando de 50 a 60 km, e dentro dele ainda existe um menor ainda, com metade da distância. É uma prova curta dentro da outra e ao final da mini-corrida as equipes podem continuar no percurso maior. Mas o desconto acontece no percurso e nas modalidades, com os trechos mais fáceis, mas a orientação é a mesma da corrida grande, diz Gelderson Pinheiro, organizador da Kaluanã.
Chauás Race (SP) A Chauás Race tem média de 50 km e busca facilitar a navegação. Colocamos os Pcs em pontos onde os iniciantes podem se localizar, como em bifurcações ou em rios, locais que possibilita ao atleta visualizar facilmente no mapa onde ele está, explica Fran Pereza, organizador da Chauás Race.
EcoGerais (MG) – A corrida curta tem 40 km é um pedaço do trajeto da longa. A navegação é mais fácil e a dificuldade das modalidades é menor, diz Leandro Maciel, organizador da EcoGerais. Não acontece troca de modalidades constante pois não há equipe de apoio, justifica Leandro.
Ultimate Adventure (SP) – Com percurso com gira em torno de 50 km, a Ultimate faz a prova em trios e com um apoio, que pode revezar e competir em determinados trechos. A orientação não é muito difícil e há pouco desnível no terreno, além de ter apoio, que é uma comodidade para o atleta, declara Veva Vidigal, organizadora da competição.
Este texto foi escrito por: Camila Christianini
Last modified: junho 22, 2005