Algumas equipes improvisaram uma planilha como no rali de velocidade onde as curvas recebem graduação de dificuldade (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)
Direto de Balneário Camboriú (SC) – O Prólogo do Baja Balneário Camboriú terminou as 16h de hoje (18), consagrando Oberdan Reis e Daniel Gonçalves pela segunda vez consecutiva como vitoriosos. A dupla venceu o Prólogo do Baja Petróleo em março, e o Terra Brasil não teve a disputa para definir a ordem de largada. O resultado a partir do segundo lugar ainda está em aberto, pois há divergências entre a organização e as equipes.
“Não quero largar e primeiro, por dois motivos: não sei quais serão as condições que iremos encontrar na parte de segurança, e se tiver muito barro os primeiros carros passam fazendo o trilho e nós já saberemos qual é o melhor lugar de passar”, disse o navegador.
A pista de dois quilômetros foi montada em um terreno baldio na cidade de Camboriú. O traçado foi inteiro feito com fitas, os bampis, e os pilotos não tiveram volta de reconhecimento. Antes da largada, as duplas se reuniram para um “tour” pela pista para ver as condições. Por causa da lama, o que se via era um desfile de versatilidade para não sujar o macacão nem a sapatilha de corrida. Édio Füchter pôs galochas, Maurício Neves e Edgar Fabre arregaçaram a calça do macacão até o joelho e Ulysses Bertholdo amarrou sacos plásticos no pé.
Dificuldades – Mesmo andando pela pista, estava difícil entender como seria a prova. “Eu não estou entendendo nada”, disse Edu Piano, ao avaliar de fora da pista o que viria pela frente. Klever Kolberg indicou uma irregularidade no traçado. “Acho que a pista está errada. Tem duas curvas que eram para ser idênticas e uma é mais difícil que a outra. A que a equipe que passar pela pista de dentro será favorecida, porque a gente passa aqui duas vezes”, explicou. “Daí fica na sorte, e se for por isso, é melhor fazer um sorteio”, disse.
Os carros largam de dois em dois e cruzam em um determinado trecho da pista para que cada veículo percorra todo o traçado. A organização mudou a curva, deixou-a mais aberta e igualou a disputa. Porém se alguma equipe ficou aliviada achando que todos as dificuldades tinham sumido, se enganou. A lama, alguns buracos e piso liso dificultaram muito o trabalho dos pilotos. Paulo Nobre destalonou o pneu dianteiro esquerdo em uma curva e Reinaldo Varella atolou no Super Prime.
As primeiras duplas a entrar na pista foram Marlon e Joseane Koerich e Edu Piano e Rogério Almeida. Os irmãos Koerich tiveram dificuldades em manter o carro na linha. “Não sabia onde virar, acabei me confundindo um pouco coma pista, fiquei na dúvida várias vezes”, disse. “Se batêssemos nos bampis perderíamos dez segundos por cada, então a estratégia era não bater de jeito nenhum. Por isso manobramos algumas vezes e perdemos um pouco de tempo”, concluiu.
Enquanto isso, Edu Piano passeava, literalmente, na pista. “Me avisaram na largada que a troca de pista seria mais para trás, quando cheguei no local a passagem estava fechada e eu voltei para a mesma pista. Se ninguém me avisa eu ia ficar a tarde toda dando voltas”, disse sem perder o bom humor, mesmo após dar uma volta a mais e perder um tempo precioso.
Logo depois foi a vez de Klever Kolberg e Guilherme Spinelli entrarem na pista. No meio da primeira volta, Spinelli abriu a porta do carro e colocou a cabeça para fora. “O limpador de pára-brisa não funcionou, ficou tudo coberto de lama e eu coloquei a cabeça para fora para tentar enxergar alguma coisa”, lamentou o piloto.
Com esses pequenos detalhes, nenhum carro da categoria Protótipos foi capaz de vencer Oberdan Reis e Daniel Gonçalves, da Super Production. O primeiro colocado no Prólogo tem o privilégio de escolher a posição que vai largar. Nem sempre é bom ser o primeiro, explica Reis. “Com poeira eu prefiro ser primeiro, se não sabemos as condições é melhor largar no meio, já com barro o negócio é ficar para trás, porque a pista melhora com a passagem dos carros”, conclui.
Carlos Salvini venceu nos caminhões, seguido de André Azevedo e Ricardo Domingues.
Uma das novidades da regra desse ano é o Super Prime que segue o Prólogo. Os vencedores de cada disputa da tomada de tempo voltam a se enfrentar na pista, dentro de cada categoria, até chegar a apenas uma equipe, que leva um ponto na Copa Baja e um ponto no Brasileiro, em sua categoria.
Na Protótipos, Édio Fühter e João Gomes enfrentaram Marlon e Joseane Koerich, uma disputa dentro de casa, primeiro pelos quatro serem catarinenses, depois por serem da mesma equipe, a Chevrolet. Os irmãos Koerich levaram a melhor.
Na Super Production, Oberdan Reis/Daniel Gonçalves enfrentou Paulo Nobre e Blau Vallone. Palmeirinha entrou muito forte em uma das curvas e destalonou o pneu. A segunda vitória do dia de Oberdan ficou fácil depois disso. Na Production, Carlos Policarpo e José de Almeida entraram com Reinaldo Varella e Bruno Mega na pista. Varella atolou e impediu a passagem de Policarpo. A organização parou a prova e deu a vitória para Varella, baseada nos resultados anteriores do Prólogo.
A largada promocional, um evento voltado ao público, para apresentar a prova e as equipes para a cidade sede, está marcada para as 21h. Já a largada de verdade, a da Especial, será 8h30 da manhã deste domingo, depois de um deslocamento de 29 quilômetros a partir de Camboriú.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa
Last modified: junho 18, 2005