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Equipes se apresentam para o Sertões e opinam sobre mudanças

Redação Webventure/ Offroad

Joseane Koerich (foto: Claudio Patto/ www.webventure.com.br)
Joseane Koerich (foto: Claudio Patto/ www.webventure.com.br)

Direto de Goiânia (GO) – As mudanças no regulamento e no roteiro do Sertões são o assunto mais falado no parque de apoio montado ao lado do shopping Flamboyant. As principais mudanças são que na 13a edição da prova o Sertões não irá para o Nordeste do país e as velocidades serão controladas. A máxima permitida durante as especiais, para carros motos e caminhões, é de 150 km/h.

Ao passar em pontes, será de 30 ou 50km/h, dependendo da situação. Tudo isso será controlado pelo SPY, um sistema conectado ao satélite que mede com precisão o desempenho dos veículos e marca, entre outras informações, a velocidade dos veículos a cada trecho e o percurso que eles fizeram.

As opiniões estão divididas entre as equipes. “O SPY é uma arma contra e a favor, vale para os dois lados, mas no geral ajuda bastante no controle de irregularidades”, disse Luis Carlos Palú, que desde o começo do ano navega para Klever Kolberg. “Sou contra essa velocidade nas pontes, mas acho que o máximo de 150km/h dá oportunidade para outras categorias. O rali fica mais competitivo, carros da Production, por exemplo, têm mais chances de andar próximos aos ponteiros”, disse o navegador, que antes era parceiro de Ingo Hoffmann, na equipe oficial da Mitsubishi. “Naquela época o máximo que consegui marcar de velocidade foi 194km/h”, lembra.

Kolberg e as pontes – No ano passado um acidente espetacular voltou a atenção do país todo para o Sertões. A L200 EVO pilotada por Klever Kolberg capotou em uma ponte e atingiu uma casa abandonada. Nada aconteceu com a dupla. Isso somado com a degradação das pontes após a passagem do rali fez a organização obrigar as equipes a tirar o pé.

“Tudo que vale pela segurança tem a minha torcida, mas ainda precisamos ver a efetividade disso. Por exemplo, na questão da velocidade das pontes, ainda não nos passaram em regulamento quais serão as penalizações”, disse Kolberg. “Eu só sei que quando corro o meu carro parece uma ambulância. É luz e apito para todo lado”, brincou.

Luis Carlos Palú foi vice-campeão da edição passada do Sertões ao lado de Ingo Hoffmann, que esse ano corre com Lourival Roldan como navegador, ainda pela equipe oficial da Mitsubishi. Junto com eles estão as duplas Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo, campeões do ano passado nos carros, e Maurício Neves e Yossef Haddad.

“É a primeira vez que corremos juntos, vamos nos entrosar na raça. Fizemos só um treino como dupla, mas para o navegador, treinar em uma pista fechada não conta muito”, disse Haddad. “Acho que as principais dificuldades serão nas especiais longas, onde o maior trabalho do navegador é manter sempre o piloto para cima, já que a tendência é diminuir o rendimento conforme o tempo passa”, comentou o navegador.

“Essa será a edição mais difícil do Sertões, pelo que andam falando, estamos bem preparados. Eu, que gosto de velocidade, preferia não ter esse controle, mas é pela segurança”, disse Guilherme Spinelli, atual campeão do Sertões. Seu navegador, Marcelo Vívolo, fez a lição de casa para tentar manter o título. “Aproveitei as férias na faculdade e passei um tempo na fábrica aprendendo a consertar o carro, mas é um conhecimento que pretendo não usar”, disse o navegador.

Chevrolet – A equipe Chevrolet ocupa a liderança do campeonato com a dupla Marlon e Joseane Koerich, com 54 pontos, dupla que começou esse ano na equipe. “Estamos fisicamente bem preparados, mas as mudanças no regulamento nos preocupam”, disse a navegadora catarinense Joseane. “O Sertões é uma prova especial, às vezes vale mais a pena vencer aqui do que o campeonato”, disse Marlon.

Felipe Bibas e Emerson Cavassin estão na liderança da categoria Production, para veículos originais de fábrica com preparação limitada. Para o piloto, o deserto do Jalapão, no Tocantins, será a grande prova dentro do rali.

“Quem sair do Jalapão inteiro, sem problemas, terá grandes vantagens. É claro que depois disso também terão dificuldades, mas o Jalapão será o grande divisor de águas da prova”, disse o piloto de Curutiba.

Capitães da Areia – Uma dupla que está muito contente em passar pelo Jalapão é Riamburgo Ximenez e Flávio França. A dupla cearense está mais que acostumada com areia. “É o nosso terreno, treinamos sempre nela”, disse o piloto, campeão da prova em 1999. “Mas isso será uma pequena vantagem, hoje em dia não tem ninguém bobo, o pessoal está andando muito”, comentou.

“Com certeza vamos chegar inteiros no fim do Jalapão”, disse França, navegador bicampeão brasileiro de Regularidade, que corre pela primeira vez o Sertões ao lado de Ximenez. “Ele sempre foi um ídolo meu, corria contra ele nas provas de buggy no Ceará”, disse o navegador.

A dupla ficou triste com o fato da prova não acabar mais na terra deles. “Não gostei da mudança de percurso, regionaliza muito a prova, não tem mais aquela marca de o rali cruzar o país”, lamentou o piloto.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa

Last modified: julho 30, 2005

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Redação Webventure
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