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Carros de apoio: um rali à parte

Redação Webventure/ Offroad

Apoio da equipe Chevrolet (foto: Daniel Costa)
Apoio da equipe Chevrolet (foto: Daniel Costa)

Direto de Cavalcante (GO) – Na correria contra o relógio, sempre os primeiros a chegar nas cidades são os carros de apoio das equipes. Uma trupe de quase 100 veículos que segue o rali em todas as cidades dormitório.

As equipes de apoio passam por todas as dificuldades dos competidores, estradas ruins, pouco tempo para deslocar grandes trajetos e muito sol. Mesmo assim, é a oportunidade de seguir o maior rali da América Latina. “Se fosse fácil não seria o Sertões”, contou Renato Peródio, diretor de logística da equipe ASW, apoio dos pilotos de moto Dimas Mattos, Flávio Iguana, Ludovic Boinard e Ramon Volkart.

“O ideal é não precisar deles, mas só o fato de ter certeza que estão no final da especial já dá uma segurança grande. Sabemos que eles podem ajudar em tudo o que precisamos”, disse Iguana.

Perrengue – O caminhão da equipe tentava sair ontem do Jalapão com o motorista dirigindo e dois mecânicos dormindo atrás. Ao entrar em uma fazenda, o veículo foi parado e avisado que dali eles não conseguiriam passar sem um guia, que passou a dirigir o caminhão enquanto o motorista da equipe foi para uma picape.

Tempos depois os mecânicos acordaram e desconfiaram do motorista desconhecido. “Eles pensaram que era um assalto, ainda olharam para trás e estavam sendo seguidos por uma caminhonete com insulfilm escuro. Para se salvar, quebraram a janela e pularam de uma altura de três metros e meio com o caminhão andando”, contou Peródio. Um deles se escondeu no mato e outro foi parar a picape que os seguiam porque reconheceu o motorista da equipe. “Foi difícil dissolver o mal entendido”, contou.

A 13a edição do Sertões não está sendo desgastante só para os competidores. Os veículos de apoio também sofrem. Até agora foram registrados quatro acidentes, sendo que os mais graves foram uma batida em um carro de passeio, ferindo os passageiros, e outra em um caminhão, que machucou a cabeça do co-piloto de um carro de apoio da equipe Território 4×4. “Foi quase um escalpe”, contou o médico Clemar Correia.

“Temos três caminhões e um ônibus. Andamos sempre em comboio, com o farol aceso, para que nada de errado aconteça. Mas não são todos que seguem essas recomendações”, contou Ivan Carlos, motorista da equipe Chevrolet. Além de trabalho, fazer parte do apoio também tem suas vantagens. “Dá pra passear um pouquinho, agora só falta arranjar casamento”, brincou.

“Na verdade só aproveitamos mesmo a paisagem, que está linda por sinal, mas não dá pra passear muito”, disse Levi Marcondes, piloto de testes de Marcedes e motorista de um dos caminhões de apoio. “Para nós o único trecho difícil foi o Jalapão. Vários veículos atolaram barrando o caminho. Como temos caminhão com tração reduzida, conseguimos tirar um Ford, um ônibus e uma van da areia. Mas nisso perdemos umas 2h30”, contou o piloto.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa

Last modified: agosto 7, 2005

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