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Marcio Ravelli fala sobre os planos de deixar o cross-country e se dedicar ao downhill

Redação Webventure/ Biking

Nada de cross-country  nas estradas de terra. Ravelli agora quer é descer em alta velocidade. (foto: www.amigosdabike.com.br)
Nada de cross-country nas estradas de terra. Ravelli agora quer é descer em alta velocidade. (foto: www.amigosdabike.com.br)

Piloto da Scott desde 1998, Ravelli dispensa apresentações. Quem nunca ouviu falar naquele garoto magrinho, aparentemente frágil, mas que, quando em cima de uma bike, deixa pra lá todo e qualquer comentário neste sentido.

Seu biótipo como atleta é especial, é como se ele tivesse nascido pra fazer o que faz, em testes na USP o pessoal ficou impressionado com sua performance física. Seu percentual de gordura é de apenas 3% e sua freqüência cardíaca em repouso é de 33 bpm.

Hoje, aos 33 anos, atleta profissional desde 1991, quando conquistou seu primeiro título de campeão brasileiro, Ravelli teve uma carreira cheia de conquistas, e podemos dizer que foi o piloto que mais nos trouxe alegria no mountain bike, conquistando inúmeros fãs e admiradores.

Entre sua enorme lista de vitórias estão participação em Olimpíadas, títulos de campeão Pan-americano, bicampeão Sul-americano, tricampeão do Iron Biker, campeão da Ametur, sete títulos do Paulista e nada mais, nada menos que dez títulos de campeão Brasileiro, sendo o décimo conquistado agora em 2005.

O mais engraçado é que, segundo Ravelli, tudo começou por acaso, de tanto seus amigos insistirem que ele competisse, pois ele mesmo achava competições um negócio muito chato.

Fazendo um balanço de sua carreira até agora, Ravelli diz estar muito satisfeito por ter contribuído muito pelo ciclismo.

“Conquistei todos os possíveis campeonatos que tive como objetivo, com exceção do mundial e olimpíadas, porém tive classificações significativas em ambos. Realizei vários sonhos, como o de estar viajando o mundo todo, conheci pessoas legais. Posso dizer que ganhei bastante dinheiro com o esporte também (levando em conta que esporte de valor financeiro no Brasil é só o futebol, me considero vitorioso neste sentindo também). Hoje estou colhendo os frutos de tudo o que fiz e ainda estou fazendo pelo esporte”.

Pra quem acha que a carreira deste atleta está terminando por aí, está muito enganado. Ravelli pretende agora encarar um novo desafio, está mudando de modalidade e a partir da próxima temporada estará correndo no downhill, uma modalidade contra o relógio, onde ganha o piloto que descer a montanha em menor tempo. Esta é uma modalidade extrema do ciclismo que exige do piloto domínio do equipamento, técnica, habilidade, e eu diria um pouco de sangue frio.

“O downhill sempre foi uma paixão e estou numa fase de encarar novos desafios, então acho que este é o momento pra mudança. Além disso, a rotina de treino do DH permite que eu me dedique mais ao meu lado empresarial, focando também o trabalho na minha loja” diz Ravelli, que ainda acrescenta que o downhill está entre os sonhos que ele ainda pretende realizar.

Seus objetivos nesta nova fase? O principal deles é de ser Campeão Brasileiro de Downhill. Ravelli que já tem bagagem e experiência em modalidades extremas do ciclismo, não é à toa que dizem que ele é um dos pilotos mais completos do país, também pretende aprimorar sua técnica como freerider.

“Minhas expectativas são boas, porém estarei levando toda a minha disciplina como esportista para o DH, só preciso desenvolver meu físico, pois sou um atleta de resistência e agora terei que trabalha a explosão, mas é só treinar. Será uma transição bem interessante, estarei trabalhando para o desenvolvimento desta parte, usando a experiência adquirida nestes anos todos como atleta profissional. Também terei que ganhar um pouco de massa muscular, fazendo musculação, trabalhando mais o lado força. A técnica eu adquiri ao longo de minha carreira, só lembrando que já fiz vertical, street, flat e cross-country e isso me deu muita base”.

Sabemos que em esportes extremos os riscos de acidentes são eminentes, mas Ravelli tem uma opinião bastante “segura” sobre o assunto.

“Os riscos de lesões são inevitáveis, tanto no cross-country, downhill, freeride, faz parte do esporte. A única coisa é que acho que o atleta tem que se prevenir, treinando suas dificuldades para assim evitar os acidentes, usar todo o tipo de equipamento de segurança possível e mais um pouco. Sempre fui muito consciente em meu trabalho todos esses anos. Já levei muitos tombos, mas nunca quebrei nem um dedinho, graças a Deus! A receita é básica, conheça seus limites e supere-se com responsabilidade buscando o melhor de si”.

Mas e o cross-country? Será que Ravelli estará deixando definitivamente esta modalidade que o consagrou e trouxe a ele tantas conquistas? Ele afirma que não! “Não estarei mais envolvido 100% com o cross-country, principalmente na questão da preparação física, treinos, etc, mas estarei socialmente envolvido em algumas provas”.

Para completar, os planos para 2006 envolvem o desenvolvimento de clinicas de MTB, tanto no downhill como no cross-country e no freeride por todo o Brasil.

“Também pretendo continuar realizando eventos em prol do desenvolvimento do esporte, como o GP Ravelli agora no próximo ano já em sua 3ª edição e em duas versões: um GP de Maratona no início do ano e no segundo semestre o GP Ravelli de freeride e cross-country. Também estarei desenvolvendo produtos de meus patrocinadores. Além disso, estou trabalhando no desenvolvimento de um Bike Park de freeride, dowhill, dirt e cross-country aqui em Itu, já estamos em construção”.

É, pelo jeito vem muita coisa por aí no próximo ano. Desejamos sucesso ao Ravelli em sua nova empreitada!

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: novembro 18, 2005

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