Paige Railey (foto: Ricardo Dubeux)
Direto de Fortaleza (CE) – Eduardo Couto esta com a mão na taça de Campeão Mundial de Laser Radial de 2005, depois de dois extraordinários resultados de ontem, segundo e primeiro lugares. Agora ele só precisa administrar a margem de pontos que tem a seu favor nas regatas de amanha contra o vice-líder , o americano Brad Funk, para conquistar o titulo inédito da carreira deste jovem de apenas 20 anos, nascido no Rio de Janeiro.
“Vou me esforçar muito amanha para conquistar o titulo e dedicar, em primeiro lugar a minha mãe, Ana Lucia, que sempre me apoiou no esporte, mesmo depois de eu perder meu pai quando tinha apenas 11 anos. Sei que a vida nos guarda surpresas, e amanha posso nem sair como vencedor, mas, ele, de onde estiver, esta me dando uma grande força”, emocionando declara o líder Eduardo.
A delegação brasileira esta preparando uma grande festa, pois este titulo poderá mesmo ficar nas mãos merecidas deste grande velejador, que durante o campeonato, vem se comportando como um verdadeiro campeão , dentro e fora dágua.”Uma coisa é certa, amanhã entrarei na água com muita garra, mas continuarei mantendo a concentração no que amo fazer, que é velejar, e se vier o titulo será conseqüência”, acrescenta Couto.
Sucesso – O Campeonato Mundial já é uma grande vitória para o nosso país, pois pelo comentário geral, foi eleito pelos velejadores como o melhor torneio de todos os tempos, haja vista a infraestrutura montada pela organização.
Tudo esta dando certo por aqui, e quando todos estão unidos no único objetivo, a natureza conspira a favor.O campeonato foi tão bem organizado que ate os ventos ajudaram no julgamento dos campeões. Durante os cinco dias de regatas tivemos uma diversidade de condições de vento, que transformaram a competição na mais pura e real avaliação das qualidades técnicas, físicas e principalmente psicológicas de cada velejador.
No começo tivemos ventos de cinco nós e ele foi crescendo com o calor das disputas, chegando hoje, a casa dos 19 nós, com um mar agitado, proporcionando a todos espetáculo de rara beleza plástica nas águas da raia do Marina Park Hotel em Fortaleza.
Na primeira regata de hoje tivemos uma demonstração de como os velejadores do grupo masculino e feminino estavam encarando o segundo dia da fase final do mundial, quando as duas largadas foram canceladas devido ao grande numero de barcos escapados.
Às 12h36 era dada a largada do grupo amarelo, ouro feminino e logo percebemos que a perna favorecida era a da praia devido a quantidade de barcos que brigava por um espacinho junto a comissão de regata. E quem conseguiu largar ali, cambava para o
bordo em direção as areias da praia de Iracema.
Às 12h47 montava a primeira bóia de barlavento a velejadora, Trine Julie (DEN), seguida da inglesa Lizzie Vickers e em terceiro a mexicana Tania Elias. Logo após a montagem passaram a desenvolver um duelo bonito na perna de traves com orçadas e arribadas de arrepiar.
Masculino – Pouco mais de 20 minutos de expectativa e era a vez da rapaziada do ouro masculino apontar na marca de barlavento sobre a liderança do russo Timofey Zhbankov, que conseguiu se beneficiar da boa largada e abrir uma vantagem sobre o brasileiro Eduardo Couto, que montou em segundo lugar seguido do americano Brad Funk.
A perna de través do ouro masculino foi a mais bela do Campeonato Mundial, com as embarcações desenvolvendo uma incrível velocidade de cerca de 27 km/h. Os velejadores faziam muito esforço para manter a velocidade constante e não perder o rumo da bóia.
Depois de uma hora e cinco minutos de prova o juiz de chegada, o brasileiro Ricardo Navarro, efetuava o sinal sonoro para os primeiros da flotilha feminino ouro, a velejadora Trine Julie (DEN) foi a grande vencedora da regata, seguida da inglesa Lizzie Vickers e em terceiro a mexicana Tania Elias. Este resultado foi uma verdadeira zebra, pois nenhuma delas ocupam as cinco primeiras posições na classificação parcial.
Ela começou campeonato mundial correndo por fora, foi gostando da raia, conhecendo o gostinho de não conquistar um primeiro lugar nas oito regatas que disputou, mas mantendo uma regularidade ate ontem a tarde. Resultado: Esta sentada na cadeira de rainha e só perderá a coroa se acontecer uma outra zebra.
Estamos falando da americana Paige Railey, que está muito próxima de conquistar o primeiro título mundial da Classe Laser Radial. Hoje ela ficou novamente entre as cinco melhores nas duas regatas da fase final e abriu uma vantagem de grande expressão para a vice-líder, a também americana, Anna Tunnicliffe. São 17 pontos a seu favor.
Paige Railey, uma americana de olhos azuis, dormiu sonhando com as condições de vento iguais as de ontem para sair da raia do Marina Park Hotel com o titulo máximo deste ano.”O campeonato teve um nível técnico altíssimo e seria muito bom a conquista”, destaca Railey.
Este texto foi escrito por: Ricardo Dubeux, especial para o Webventure
Last modified: dezembro 9, 2005