Quilha do Movistar (foto: André Mirsky)
A menos de uma semana para a regata inshore(ou In Port se assim preferirem) os barcos ainda estão sendo trabalhados, a maioria dos times está na fase do ajuste fino, dos detalhes que fazem diferença; obras grandes, leia-se estruturais, já ficaram prontas mas a dúvida continua: será que os VO70 estarão forte o suficiente para enfrentar ventos de 60 nós, ondas gigantescas e Icebergs?
A resposta saberemos em 2006 mas até lá a imaginação esta livre, e não só a nossa dos velejadores também! Conversei com muitos deles nessas ultimas semanas, todos se mostraram um pouco apreensivo com o que esta por vir, não é medo, é diferente, como se estivesse indo a um trem fantasma no parque de diversões, você sabe que na teoria nada vai lhe acontecer, mas que pelo menos um susto daqueles você irá tomar.
Corre na boca pequena em Cape Town a especulação de que alguns barcos ainda irão sofrer danos estruturais e quebras, afinal aquela primeira noite logo após a largada em Vigo irá se repetir pelo menos umas três vezes até Melbourne, emoção a vista!? Acho que sim.
Nessa semana a discussão pela Internet girou em torno da fragilidade dos VO70; muitos criticavam a liberdade que a regra da Volvo deu aos construtores e projetistas de terem um produto final muito radical, é inegável que os barcos são leves com enorme área vélica capazes de atingir uma singradura nunca antes vista; mas ao mesmo tempo se tornaram maquinas impossíveis de serem conduzidas por mulheres e podendo ser consideradas, até certo ponto, perigosa pois a água varre o convés com a força de um estouro de manada.
A pergunta que não quer calar: há necessidade disso tudo? Barcos tão radicais porquê? Responderia eu: Sim, a Volvo não errou na escolha do desenho, muito pelo contrario, graças a esses barcos que aí estão, radicais até a alma, uma renovação na flotilha mundial de veleiros de Oceano poderá a ser feita. Afinal novos conceitos devem ser implementados mesmo que o risco tenha um alto preço, se isso não fosse verdade ainda estaríamos andando de charretes e carruagem por ai. Vamos evoluir sem sombra de dúvidas!
Seria muito bom que nenhum barco seja obrigado a voltar a terra para reparos, todos os VO70 estão sendo reforçados, principalmente onde estão fixados os hidráulicos que fazem o movimento da quilha pivotante, significa que o tendão de Aquiles desses barcos está imunizado.
Fica a expectativa da próxima inshore, pela primeira vez com todos os barcos na linha de largada, vai ser demais, e dessa vez não arrisco nenhum palpite! Só uma pincelada sem grandes pretenções: se o vento for fraco Ericsson vai bem agora se tivermos mais de 15 nós… ABN AMRO I.
Até lá!
Andre.
Este texto foi escrito por: André Mirsky, do TEAM ABN AMRO
Last modified: dezembro 21, 2005