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Competidores de caminhão vivem aventura no interior da Argentina; Salvini percorre 160 km sem pneu

Redação Webventure/ Offroad

Caminhão teve três pneus furados (foto: Divulgação / Salvini Racing)
Caminhão teve três pneus furados (foto: Divulgação / Salvini Racing)

Direto de Santiago (Chile) – Participar de um rali longo e em lugares remotos e desconhecidos já é uma aventura, participar de provas desse tipo no exterior e não falar o idioma dos países, é uma aventura maior ainda. Mas passar por problemas no meio do nada e contar apenas com a boa vontade da população local não é fácil.

Na quinta-feira, dia 9 de março, na segunda etapa do Rally por las Pampas, que largou na quarta de San Martin de los Andes, na Argentina, e chegará em Iquique, no Chile, o trio brasileiro (Guido Salvini, Roberto Zeininger e Deco Muniz) que está participando da prova como caminhão-vassoura, passou por uma epopéia. A segunda etapa foi a mais longa da prova até agora, com total de 799,40, sendo 653,37 de especiais, entre Neuquén e San Rafael.

As dificuldades do trio começaram na segunda especial do dia, quando largaram rápido, mas encontraram estradas estreitas no caminho. Na lateral da trilha, o caminhão Mercedez, da Salvini Racing, passou por cima de plantas com longos espinhos, que furaram nada menos do que três pneus. Como só tinham dois estepes, a solução foi recolocar um dos pneus furados na roda de trás.

O trio conseguiu andar mais treze quilômetros, até o posto de controle dois, de onde poderiam rodar mais 15 quilômetros até o asfalto, para pedir ajuda. No PC, uma das pessoas da comissão técnica avisou que o baú do caminhão estava aberto. O trio foi conferir e descobriu que a mala de Zeininger não estava lá. Voltaram cerca de um quilômetro pela trilha e felizmente recuperaram a mala.

Seguindo as indicações do pessoal da organização, o trio de brasileiros rodou 40 quilômetros em uma estrada de terra boa, larga, até que ela se estreitou e acabou em um gramado com algumas casas. Como nenhum dos três fala espanhol, o desafio foi explicar para os argentinos qual era o problema.

“Comecei a falar e fiquei surpreso quando vi que eles me entenderam. Explicaram como deveríamos fazer para chegar no asfalto e andamos mais 60 quilômetros, só com o aro da roda de trás, pois o pneu furado já era”, explicou Deco às gargalhadas.

Quando conseguiram chegar no asfalto já eram dez horas da noite e continuaram rodando até que um caminhoneiro, assustado com as faíscas que saíam da roda em contato com o asfalto, parou para oferecer ajuda. Como os furos dos pneus desse caminhão eram diferentes, os brasileiros não puderam pegar um step. A solução foi, de carona com o argentino, levar um dos pneus furados até o borracheiro mais próximo, que ficava a 120 quilômetros.

“O pior aconteceu na volta. Ficamos com o caminhão parado esperando o Guido voltar, mas como aquela era uma região que tem muito caminhoneiro, um deles parou o seu caminhão na frente do nosso. Resultado, o Guido voltou de picape com o borracheiro e rodou 100 quilômetros a mais, pois não viu nosso caminhão. Desconfiou de que alguma coisa estava errada e voltou”, contou Deco.

Depois de tudo resolvido, o trio seguiu para a cidade-sede, que era San Rafael, onde chegaram às 9h30 e não tiveram tempo de preparar o caminhão para participar da terceira etapa, realizada nesta sexta-feira.

Este texto foi escrito por: Fábia Renata

Last modified: março 11, 2006

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