Tripulação de alunos da clínica de vela (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)
Direto do Rio de Janeiro (RJ) – A primeira impressão do mundo da vela, ou até mais uma oportunidade de velejar para quem já conhece, podem ser desfrutadas nas clínicas de vela do Team ABN Amro e do Ericsson Racing Team, na Marina da Glória (RJ). As duas são abertas para todo o público e têm que ser agendadas com antecedência,
A clínica agrada tanto quem já veleja faz tempo como quem nunca entrou em um veleiro. É muito bom para pessoas que não conhecem poderem ter a oportunidade de saber como funciona um barco a vela e até participar de uma regata, disse Eduardo Riganelli, velejador há 30 anos.
Thiago Villela, de 13 anos, tinha velejado apenas uma vez, e de Laser. Foi a primeira vez do garoto em um barco de oceano. Me impressionei com o tanto que ele vira, disse Villela, se referindo à adernada dos veleiros maiores.
Satisfação – Luiz Evangelista, o Lula, é um dos instrutores da C&L, escola de vela parceira do Team ABN Amro para as clínicas no Rio de Janeiro. Acredito que o que mais marca, que eles não estão esperando, é a adrenalina de correr uma regata. Outra que o pessoal não esquece é a cerimônia no final. Há uma premiação, com medalhas, brinde de champagne e tudo que tem direito, comentou Lula. A estrutura que temos para fazer essa clínica, principalmente os barcos, faz diferença.
O evento começa com uma explicação do que é a Volvo Ocean Race, a magnitude do desafio e a tecnologia dos barcos, além de uma breve demonstração da rotina dos velejadores durante os oito meses de prova. Depois, uma clínica de nós ensina os primeiros passos para quem quer começar no mundo da vela.
Então, o grupo faz um tour pela Marina da Glória. Primeiro a área dos containers, onde estão as oficinas de cada equipe. Depois a garagem dos veleiros, onde os seis VO70 que disputaram a quarta perna estão sendo reparados para o próximo desafio. Depois de sentir o gostinho em terra, é hora de partir para a água.
O grupo é fechado em 16 pessoas. Ele se divide pela metade para a aula prática. Oito vão no veleiro Neptunus X, de André Mirsky, um Farr 42. A outra metade entra no Capim Canela, um Benetau 40.7 que disputa o Match Race Brasil. Dois veleiros de cruzeiro preparados para competição.
As primeiras instruções já são passadas ainda com o veleiro ancorado e as posições são definidas. Geralmente uma pessoa com alguma experiência em navegação assume o leme, mas tentamos ir revezando na medida do possível, informa Lula. Mais quatro pessoas ficam nas catracas, que exigem força para puxar os cabos e regular as velas. Outros dois vão para a proa assegurar que tudo esteja no lugar certo na hora das manobras.
A saída da Marina da Glória é feita com o motor ligado. O primeiro trabalho da tripulação da clínica é levantar a vela mestra. A tarefa exige trabalho em equipe, coordenação e liderança logo nos primeiros movimentos e coloca qualquer desavisado já no espírito da regata que continua até o momento da descida do veleiro.
A regata – Mais acostumados, os alunos sobem a genoa logo em seguida e o veleiro passa a ser movido apenas com a força do vento. Algumas manobras são testadas, como cambadas e jibes, para deixar a tripulação afinada para o grande teste do dia, a regata.
Depois de dez minutos no mar as duas tripulações fazem uma breve regata, estilo barla-sota, na frente da praia do Flamengo. A largada acontece entre um bote da clínica e uma bóia, então os dois veleiros seguem para outra bóia, fazem o contorno e voltam em direção ao bote, para a chegada.
A largada é um momento crucial para esse tipo de regata. Temos que faze-la direito, disse Lula, comandante de um dos veleiros. Cada um tem a sua função no barco e não precisa se preocupar com a do outro. Depois da curta regata, os alunos saem com a mesma conclusão. O trabalho em equipe é a chave para uma boa regata, tanto em uma simples clínica de vela como na Volvo Ocean Race.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa
Last modified: fevereiro 23, 2017