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Regatas do Extreme 40 começam amanhã no Rio de Janeiro

Redação Webventure/ Vela

Holmatro sendo montado na Marina da Glória (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)
Holmatro sendo montado na Marina da Glória (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)

Direto do Rio de Janeiro (RJ) – Em paralelo com a estréia da edição 2005-2006 da Volvo Ocean Race, uma regata com catamarãs extremamente velozes agitou a cidade de Sanxenxo, na Espanha. É a classe Extreme 40, desenvolvida para acompanhar algumas paradas da Volvo e aumentar a atração do público.

Amanhã, no Rio de janeiro, haverá a segunda regata VO 40, e o veleiro oficial da Volvo Ocean Race terá como equipe os medalhistas olímpicos Lars Grael e o Robert Scheidt. Lars será o comandante do catamarã no domingo.

O Extreme 40 é um catamarã de última geração, que entra para a classe Tornado e é feito em fibra de carbono, com tecnologia parecida a dos veleiros de 70 pés da Volvo Ocean Race. Cinco veleiros competem o Grand Prix que segue a prova em cinco Stopovers.

As regatas começam dia 21 e seguem até o dia 26/3 menos no dia 25, quando a Baía de Guanabara será tomada pela in port race. Ao todo são 18 regatas. As próximas disputas serão em Baltimore (EUA), Portsmouth (Inglaterra) e Roterdã (Holanda).

O líder na classificação após a primeira prova é o barco da Tommy Hilfiger, com 95 pontos. Em segundo vem o veleiro próprio da Volvo Ocean Race, com 90, depois o Holmatro com 87. O Motorola está em quarto com 79 pontos e o Basílica aparece em último com 67.

A classe Extreme 40 na VOR – O idealizador da classe é Mitch Booth, australiano que ganhou duas medalhas olímpicas, nos jogos de 1992 e 1996. “O Rio de Janeiro é o lugar ideal para o Extreme 40. É um barco feito para ventos médios e mar calmo. A Baía de Guanabara é perfeita para nosso barco”, comentou o australiano. Veja a seguir a entrevista completa com Booth.

Webventure – Como começou a classe?
Mitch Booth
– Tínhamos o conceito de ter um catamarã bem rápido, que pudéssemos colocar em um container e então viajar pelo mundo todo, para fazer um grand prix. Estávamos começando a classe e pensamos que o melhor jeito de seria procurar um evento em que poderíamos usar as paradas e a estrutura. Oferecemos para a Volvo e eles adoraram, disseram que era uma grande idéia.

Webventure – Por que no início os barcos demoraram para aderir à classe?
Booth
– Tivemos pouco tempo. Estamos em março de 2006. Em março de 2005, um ano atrás, ainda não tínhamos nem o molde para esses barcos. Tudo foi muito corrido para ficar pronto até a primeira regata, em Sanxenxo. Não é fácil achar patrocinadores e equipes em poucos meses. Mas estamos muito felizes que em novembro, menos de nove meses, começamos a construir os barcos e já temos cinco deles.

Webventure – De onde vem a atração para tantos velejadores olímpicos competirem no Extreme 40?
Booth
– Tem vários velejadores olímpicos nessa classe, porque após o Tornado, o catamarã olímpico, não tem muito o que fazer em termos de vela profissional. Não é como a classe Star, que se pode ir para a America’s Cup, a Volvo Ocean Race, campeonatos de match race, já que o barco é semelhante. Essa é uma chance para velejadores de Tornado terem uma oportunidade profissional.

Webventure – Como é velejar aqui no Rio?
Booth
– É perfeito. Os barcos foram desenhados para regatas curtas, em baías, com mar calmo. Não precisamos de muito vento. Então a Baía de Guanabara é o lugar perfeito para isso.

Webventure – Por que não tem grand prix em todas as paradas da Volvo?
Booth
– É muito simples. Não conseguimos transportar os barcos a tempo para cada porto. Os navios que levam os veleiros são bem mais lentos do que os VO70. Se estivéssemos em Melbourne, por exemplo, não poderíamos chegar aqui a tempo. Pensamos em ficar no Atlântico e pular a Cidade do Cabo e Melbourne. Com isso conseguimos nos organizar melhor.

Webventure – Se pudéssemos promover um desafio entre um VO70 e um Extreme 40, em linha reta, qual é o seu palpite para o vencedor?
Booth
– Sempre me perguntam sobre isso. Mas os barcos são muito diferentes. Os Open 70 são muito rápidos em algumas condições e os Extreme 40 vão muito bem em outras. Comparar os dois não é justo. Em ventos fortes com certeza eles são muito mais rápidos do que nós. Em ventos fracos e médios, com mar calmo, pode ser que o Extreme 40 ande mais.

Um é desenhado para ondas de dez metros dos mares do sul e outro é desenhado para mar bem calmo. É como comparar um carro do Paris-Dakar com um de Fórmula 1. São projetos totalmente diferentes.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa

Last modified: março 20, 2006

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