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Raio X da primeira etapa do Ranking Casa de Pedra

Redação Webventure/ Montanhismo

Atletas fazem a leitura da via (foto: Divulgação)
Atletas fazem a leitura da via (foto: Divulgação)

O empresário, escalador e colunista do Webventure Alê Silva volta a escrever e explica as mudanças no Campeonato Paulista de Escalada Esportiva.

Enfim concluída a primeira etapa do Ranking Casa de Pedra e tudo correu numa boa…

Para quem não acompanhou o desenrolar da escalada esportiva nestes últimos 3 anos, vimos as competições serem organizadas de modo muito mais profissional do que em tempos atrás, vimos o nascimento da Associação Paulista de Escalada Esportiva (APEE), vimos muita gente trabalhar duro para criar a Confederação Brasileira, dentre tantas outras conquistas. Cruelmente, e ao contrário do que a maioria esperava, vimos também as competições se esvaziarem, atletas se desmotivarem e por fim (pelo menos aqui em São Paulo), discutia-se, no fim do ano passado, se continuaríamos com o Ranking Paulista em 2006.

Como vice-presidente da APEE, competidor por muitos anos, e atualmente dono da Casa de Pedra, e conseqüentemente, organizador de boa parte dos eventos competitivos, foi nesta mesma época de reclamações e indecisões que idealizei o formato de campeonato que estamos utilizando no Ranking Casa de Pedra 2006 (leia o regulamento completo no fim da coluna), que serve por tabela como seletiva para as 2 etapas oficiais do Paulista no segundo semestre.

Os motivos de toda essa mudança são diversos, no entanto um ponto foi de grande relevância no desenvolvimento do formato. Este ponto importante foi, sem dúvida, simplificar muito o sistema do campeonato para que tanto atletas, como organização e a própria estrutura física da academia não fossem desgastados ou prejudicados no dia do evento.

De que forma? Quanto aos atletas, sem dúvida nenhuma o formato sem inscrições prévias, sem horário fixo de chegada, sem demora para escalar, etc. permitiu que muita gente que não gostava de perder o dia competindo, pudesse passar na academia, fazer sua via e ir embora para seu compromisso do fim de semana.

Isso com certeza já aumentou o número de participantes nesta primeira etapa. Vimos uma grande quantidade de “novatos” nestes eventos.

Quanto à organização do evento, este novo formato também se mostrou muito eficiente, pois com apenas 3 pessoas foi possível administrar sem nenhum problema os mais de 60 atletas participantes. Foram uma recepcionista (fichas, recebimentos, instruções), um segurador/ auxiliar de juiz (faz a segurança do atleta e também serve como segunda opinião em lances duvidosos, etc.), e um juiz (efetivamente julga o desempenho do atleta com os croquis das vias, etc.).

Pra não dizer que foi excelente, da próxima vez, acho interessante ter também uma quarta pessoa como fiscal de trânsito, para melhor coordenar os atletas entre a área de aquecimento e de escalada.

Um ponto questionado pelos atletas foi a “não leitura de vias”. Sem dúvida alguma não é o melhor formato do ponto de vista técnico, no entanto o simples fato do atleta não ter que ler a via, voltar ao isolamento, e depois novamente ir para a área de escalada, simplificou muito a organização.

Isso não quer dizer que não houve a leitura, mas sim, ao ser chamado, o atleta deveria ler e escalar a via, ficando ao seu critério quanto tempo ele gastaria com a leitura e posteriormente com a escalada. Nesta primeira etapa as vias tinham cerca de 30 movimentos e 16 metros de extensão, e foi dado um total de 6 minutos para leitura e escalada. A grande maioria dos atletas gastou de um a um minuto e meio lendo a via e o restante escalando.

Finalmente essa “economia” de pessoal e recursos, com a praticidade e simplicidade do campeonato nos permitirá realizar 6 etapas até setembro deste ano. Sem dúvida, uma motivação a mais para o atleta, que terá uma nova etapa todos os meses, com exceção do mês de férias.

Agora é só esperar pela próxima etapa de boulder, dia 8 de abril, na unidade Morumbi. O esquema é o mesmo, sem horário rígido, sem isolamento, sem leitura, etc. Serão dois boulderes montados com agarras numeradas e somadas as pontuações.

Cada atleta terá um tempo máximo para realizar a escalada, ficando a seu critério, em que boulder quer entrar primeiro ou quantas tentativas fará em cada um.

Só depende de você agora passar essa idéia pra frente, trazendo amigos e incentivando todos a participar. Espero vocês na próxima, boas escaladas e um grande abraço.

Alê Silva.

  • Veja aqui como é o ranking da Casa de Pedra, que selecionará os atletas para as duas finais do Campeonato Paulista de Escalada Esportiva (boulder e dificuldade)

    Este texto foi escrito por: Alê Silva (arquivo)

    Last modified: março 30, 2006

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